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Tatiana Maia: “Cirurgias de peito aberto estão sendo feitas desde outubro”

As doenças cardiovasculares são as maiores responsáveis pela maioria das mortes no mundo, superando até o câncer, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) sempre foi uma referência em cirurgia cardíaca, principalmente na modalidade “peito aberto”. A ponto de se tornar conhecido nacionalmente na realização desse procedimento. Tanto é que vários cirurgiões renomados no país se especializaram no HBDF.

Mas a dificuldade financeira que atinge a saúde pública em todo o país – não isentando o HBDF – causou acúmulo das intervenções cirúrgicas dessa importância, causando suspensão por cinco anos. 

Até que o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges/DF) assumiu o controle da unidade de saúde e melhorou o atendimento. Foram investidos recursos na aquisição de equipamentos de ponta, além da excelência do material cirúrgico que se utiliza nos procedimentos.

Aos poucos, o HBDF tem retomado sua rotina de tratamento, chegando a operar três pacientes por semana. Outra notícia boa é que a expectativa da unidade é aumentar essa média para cinco.

“Com o desabastecimento que ocorreu em gestões anteriores, as cirurgias cardíacas acabaram sendo atingidas em cheio”, diz a médica Tatiana Maia. Foto: divulgação Iges/DF

Em entrevista à Agência Brasília, a cirurgiã cardíaca Tatiana Maia, referência em cirurgia do coração, disse que está em prática o projeto de expansão de cirurgias cardíacas no HDBF. 

“Temos condições de fazermos mais cirurgias. Porém, a gente esbarra ainda na falta de leitos e salas de cirurgias. Mas já estamos com pleito encaminhado para que a gente tenha uma sala de cirurgia dedicada ao procedimento cardíaco e que seja retomada a UTI Coronária com oito leitos para pós-operatório”, afirma. Confira abaixo outros trechos da conversa. 

Por qual motivo elas foram suspensas?

Com o desabastecimento que ocorreu em gestões anteriores, as cirurgias cardíacas acabaram sendo atingidas em cheio. Então, ficamos cinco anos sem realizar procedimentos complexos, como as cirurgias de peito aberto. Até que o Instituto de Gestão Estratégica assumiu o controle da unidade e normalizou o atendimento.

E, agora, como está esse tipo de procedimento no HBDF?

O atendimento foi retomado. As cirurgias chamadas complexas, que são as de peito aberto, já são realizadas desde o dia 21 de outubro. Até hoje, operamos 24 pacientes.

Com o atendimento normalizado, já dá para se ter uma média de quantas são realizadas por semana?

Estamos conseguindo fazer de duas a três cirurgias por semana atualmente.

Existe a expectativa de ampliação de vagas para pacientes que precisam se submeter a esse tipo de procedimentos?

Nossa intenção é, a partir de janeiro, aumentar para três o número de cirurgias por semana, não só para pacientes agendados, bem como casos emergentes. Mas num futuro não muito distante, de aproximadamente seis meses, nossa projeção é de reativar o serviço com força total a ponto de realizar até cinco cirurgias por semana.

Por que ainda morrem muitas pessoas de doenças cardiovasculares?

Porque, devido ao tratamento delas ser complexo, só são realizadas em centros de referência e com toda uma estrutura, que vai de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), equipamento e profissionais capacitados.

Só existe cirurgia de “peito aberto” no HBDF na rede pública?

Sim. Mas o DF tem um contrato com o Instituto de Cardiologia que também realiza esse tipo de cirurgia pelo Sistema Único de Saúde.

ARY FILGUEIRA, DA AGÊNCIA BRASÍLIA