Em entrevista, governador assegurou que a unificação de escolas da rede estadual visa principalmente a melhoria constante da qualidade da educação em todo o Estado. Temas como a transferência da concessão da Enel para a EDP e os novos rumos no Ipasgo, que fechou o ano de 2019 com superávit inédito desde 2014, também foram destaques
“Nós queremos resgatar a autoestima da escola. Quando você melhora o ambiente, a qualidade de ensino e evolui para uma escola em tempo integral, você está investindo corretamente o dinheiro [público] no resultado do aluno”, ressaltou o governador Ronaldo Caiado, durante entrevista ao programa “Fala Goiás em Rede”, da Rádio Brasil Central, nesta sexta-feira (17/01).
Ronaldo Caiado esclareceu que a unificação das 22 escolas da rede estadual de ensino com baixo nível de ocupação – a maioria teve menos de 50% de suas vagas ocupadas em 2019 – é um mecanismo da Secretaria de Estado da Educação, adotado com total responsabilidade e respaldo técnico, para alcançar um dos compromissos de seu Governo, que é a expansão do ensino em período integral. E assegurou: “Não vai faltar sala de aula para ninguém no Estado de Goiás”.
A fusão de escolas com baixo índice de ocupação, explicou o governador, otimiza os recursos públicos para garantir a todos os alunos da rede a melhoria constante da qualidade de ensino. No município de Fazenda Nova, por exemplo, o Colégio Estadual Tiradentes, com capacidade para atender 434 alunos, contou com apenas 126 estudantes em 2019. A 700 metros da unidade está a Escola Estadual Professor Alfredo Nasser, para onde os alunos foram transferidos para o ano letivo de 2020.
“Vamos fazer com que Goiás tenha resultados concretos e não resultados maquiados de Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica]. Isso é fundamental”, ressaltou, fazendo alusão ao que era feito em gestões passadas.
Caiado lembrou ainda que, em dezembro de 2019, o governo destinou quase R$ 27 milhões, dentro do programa Reformar Goiás (Recurso Estadual de Fomento, Organização, Reforma, Modernização e Adequação da Rede), para a manutenção predial e a realização de pequenos reparos na estrutura física de 909 unidades educacionais da rede. “Dia 3 de fevereiro, vamos, meus secretários e eu, entregar uniformes para todos os alunos do Estado. Serão uniformes para a sala de aula e para a Educação Física”, contou.
Hoje, o Estado conta com 151 escolas de ensino em período integral e a transformação está em curso. Há um convênio com a União para adotar o mesmo formato em outras 24 unidades da rede. “Nesta semana, o Governo Federal estabeleceu um convênio com Goiás de mais quatro escolas de período integral, pelas referências das mudanças que nós fizemos no Estado”, explicou o governador. No caso destas quatro escolas, a União passará a assumir o custeio das unidades, onde a Seduc oferece o período integral.
Segundo ele, Goiás recebeu ainda um repasse de verba do Ministério da Educação para ampliação das salas na região do Entorno, além da instalação de mais quatro escolas cívico-militares. “Esse é um processo de revolução no Estado de Goiás e um direcionamento para avançarmos a passos largos para a educação em período integral”.
Crise energética
Durante a entrevista, Ronaldo Caiado também respondeu a questionamentos sobre a busca por soluções para a crise energética que Goiás. O governador defendeu a troca do controle da concessão da distribuição de energia elétrica da Enel para a portuguesa EDP, empresa que opera no Espírito Santo e que oferece um serviço de excelência, de acordo com a avaliação do governo local. A EDP já demonstrou total interesse em atuar no Estado.
Caiado pontuou que a Enel não conseguiu cumprir as metas acordadas com o governo no início do ano passado e que a empresa atua em Goiás sob o descrédito da população. “Hoje a Enel já não goza de nenhuma credibilidade junto ao Estado”, observou. Caiado destacou que dois termos de compromisso já foram assinados pela empresa, um em janeiro e outro em agosto de 2019. Mesmo assim, em outubro e novembro, com o início do período chuvoso, o Estado viveu um enorme colapso energético, causando prejuízos em todos os segmentos.
O governador afirmou que conta com o apoio do Governo Federal para a transição, que seria feita por meio de troca de ativos. Uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, já foi solicitada por Caiado, que pretende anunciar oficialmente o interesse da EDP na negociação.
Outros resultados
O fechamento do ano de 2019 com superávit no Ipasgo e o crescimento do setor industrial em Goiás também foram temas abordados pelo governador Ronaldo Caiado em sua primeira prestação de contas em 2020.
Apenas no primeiro semestre de 2019, o governo garantiu uma economia de R$ 50 milhões nos gastos administrativos e despesas operacionais do Ipasgo. O órgão, que fechou o ano de 2018 com déficit de R$ 152 milhões, alcançou superávit de mais de R$ 65 milhões ao final do primeiro governo de Ronaldo Caiado. “Isso mostra gestão, transparência e honestidade no gasto público”, destacou. A transformação na gestão do Instituto tem garantindo ainda aos 627 mil usuários do Ipasgo a ampliação do atendimento regionalizado de qualidade por meio de convênios, assegurando a celeridade na prestação de serviços aos segurados.
O projeto de regionalização da Saúde segue em fase de implantação e a primeira Policlínica de Saúde do Estado, instalada na cidade de Posse, será inaugurada em fevereiro. A unidade conta com 19 especialidades médicas, com oferta de consultas e exames e procedimentos médicos em praticamente todas as áreas, além de uma estrutura de vans e ônibus para o transporte de pacientes. “Vamos mudar o perfil da região do Nordeste goiano. As pessoas vão se sentir respeitadas”, anunciou. Outras duas policlínicas serão concluídas em 2020, uma em Goianésia e outra em Quirinópolis.
Fotos: Júnior Guimarães
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás