O Governo de Goiás não tem poupado esforços para ampliar e regionalizar a Saúde no Estado. Antes mesmo da pandemia do novo coronavírus, a regionalização do Sistema de Saúde era uma das prioridades do governador Ronaldo Caiado.
Com o aumento da demanda de leitos clínicos e de UTI, devido à propagação da Covid-19, o governo promoveu a estadualização de hospitais e instalou Hospitais de Campanha para abertura de novos leitos de UTI em todas as macrorregiões do Estado, ampliando a capacidade de atendimento à população.
No mês que vem, a previsão é de que sejam criados 95 novos leitos de UTI em Goiás. “Modéstia parte, nenhum outro Estado conseguiu ampliar a sua estrutura regional como fizemos em Goiás”, destacou Caiado durante a reunião com prefeitos, representantes dos Poderes e do setor produtivo, realizada por videoconferência nesta segunda-feira (29/06).
Em janeiro de 2019, Goiás contava com apenas 269 leitos de UTI concentrados nos municípios de Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia. Como medida fundamental para o enfrentamento da pandemia, o Governo do Estado já implantou mais 178 leitos, totalizando 437.
Leitos de UTI dobrados
A meta é alcançar, até o final de julho, um total de 576 leitos de UTI, podendo chegar a 600, mais que o dobro do número inicial. “Estamos ampliando hospitais, leitos de UTI e estadualizando os hospitais municipais, de acordo com as regiões, para não deixarmos os goianos tão distantes de uma cura”, enfatizou o governador.
Mais 95 leitos de UTI devem ser abertos no próximo mês, sendo dez no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol); 11 no Hospital Regional de São Luis dos Montes Belos; dez no Hospital Regional de Formosa; 30 no Hospital de Campanha de Águas Lindas e 14 no HCamp de Porangatu.
Durante a reunião, inclusive, o governador anunciou que vai inaugurar, nesta terça-feira (30/06), 20 leitos de UTI e 50 leitos de enfermaria no Hospital São Marcos, de Itumbiara.
Apesar dos esforços empreendidos pelo governo estadual para garantir atendimento a todos goianos durante a pandemia, o número de leitos ainda está distante da quantidade indicada pelo mais recente estudo da Universidade Federal de Goiás, que prevê a necessidade de duas mil vagas para atendimento de pacientes da Covid-19, caso medidas mais duras de contenção não sejam adotadas em todo o Estado.
“Nós fizemos aberturas de hospitais em lugares extremamente importantes para a população goiana ter acesso a tratamento digno. No extremo Norte do Estado, em Porangatu, já está funcionando há mais de 15 dias. A estrutura de Luziânia está funcionando há um mês. A estrutura de Águas Lindas também está funcionando. Formosa já está atendendo alguns casos, mas as instalações deverão ser implantadas nos próximos 15 dias. Em Trindade, instalamos as UTIs [seis], onde não havia, e já estão totalmente lotadas. Faremos a inauguração do Hospital em Itumbiara, com 20 leitos de UTI, mais 50 leitos de enfermaria. No final da próxima semana, vamos concluir os hospitais de São Luís de Montes Belos, de Jataí, e vamos atender a todas as regiões do Estado com qualidade”, destacou Caiado.
Cancelamento de cirurgias eletivas
Durante a reunião, o governador solicitou que empresas que oferecem planos de saúde aos colaboradores intensifiquem a cobrança de leitos de UTI destinados aos segurados em hospitais privados. A nova nota técnica publicada pelo Governo do Estado recomenda o cancelamento de cirurgias eletivas na rede privada, como medida para ampliação dos leitos de UTI. Nos hospitais públicos esse tipo de atendimento já havia sido suspenso pela Secretaria de Estado da Saúde.
“Nós cancelaremos todas as cirurgias eletivas. O fato determinante é a escassez de medicamentos que estamos tendo em toda a rede hospitalar, isso não é um fato específico em Goiás e no Brasil, mas isso infelizmente é no mundo todo. Todo paciente entubado tem que estar sob dose de sedativos e relaxantes musculares para que ele suporte o período da entubação, e isso fez com que nós cancelássemos, a partir de agora, todas as cirurgias eletivas, dando prioridade completa aos casos de urgência”, explicou Caiado.
Ocupação de leitos preocupa
A preocupação do Governo do Estado se justifica pelo crescimento da escala de disseminação que Goiás apresentou nos últimos dias e, consequentemente, pelo alto índice de ocupação dos leitos de UTI disponíveis na rede pública de Saúde. O Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), por exemplo, está com 14 dos 15 leitos de UTI dedicados para Covid-19 ocupados. No Hospital de Campanha de Águas Lindas, a taxa de ocupação é de 100%, enquanto no HCamp de Goiânia essa taxa é de 72%, com 51 leitos de UTI ocupados.
Dados divulgados pela Secretaria da Saúde de Goiás apontam que 86,67% dos leitos de UTI em todo Estado estão ocupados. De acordo com o titular da SES, Ismael Alexandrino, o índice ideal de funcionamento de uma UTI é de 85% de ocupação para que o trabalho possa ser realizado sem atropelos. “Eu sei que alguns aspectos fora da Saúde são fundamentais, principalmente sociais e econômicos, mas nós temos que achar um ponto de equilíbrio entre eles”, ponderou o secretário.
Secretaria de Estado da Comunicação – Governo de Goiás