O tamanho da obra chama atenção: são três reservatórios de água que, quando prontos, vão abastecer, além da Região Administrativa do Gama, as cidades de Santa Maria, Riacho Fundo, áreas perto do aeroporto, Park Way e até Taguatinga.
A nova estrutura de abastecimento hídrico, localizada em dois lugares próximos ao Viaduto do Periquito, apresenta um novo sistema de interligação que irá puxar água do Lago Corumbá para o Distrito Federal. O investimento na ordem de quase R$ 22 milhões irá beneficiar uma população de mais de 300 mil pessoas.
Para se ter ideia da dimensão do benefício que a obra vai trazer para a sociedade, são mais de 20 mil metros cúbicos de água que vão abastecer os três novos reservatórios, além da antiga estrutura da Caesb que já existe.
O volume daria para encher, por exemplo, quase nove piscinas olímpicas ou mais de 20 mil caixas d’água residenciais de mil litros cada. Mais do que um complexo de expansão urbana, o novo sistema lança um olhar para o futuro, quando se relaciona com a produção rural emergente naquela região.
“A construção desses novos reservatórios representa segurança hídrica para toda a população. Eles serão usados para interligações de todo o DF, permitindo o abastecimento de água tanto para a área urbana quanto rural a longo prazo, demonstrando que o GDF está planejando e executando agora com o pensamento na qualidade de vida da população pelas próximas décadas”, ressalta o presidente da Caesb, Daniel Rossiter.
“É uma obra que vai melhorar o nível da água na cidade e de outras regiões do DF, atendendo um número maior de gente, é o governo do DF preocupado com a população do DF na questão à água”, destaca a administradora do Gama, Joseana Feitosa.
A expectativa é que o complexo projeto, iniciado em janeiro de 2019, seja entregue à população em dezembro deste ano. “Em janeiro de 2021, vamos iniciar os testes para ver se tudo deu certo”, antecipa Fabiano de Santana Alves, engenheiro da Caesb. “Com esse sistema, a Caesb agora terá duas opções de recursos de água, o que vai ajudar”, explica o profissional.
Entenda o projeto
Um dos tanques, com capacidade de 2,250 mil metros cúbicos e 24 metros de diâmetros, está sendo finalizado próximo ao antigo recipiente da Caesb que abastece o Gama, localizado próximo à DF 001, na altura do km 58, na pista que da sentido à Ponte Alta do Gama.
Esses dois reservatórios, o pioneiro e o novo, estão interligados, por meio de um túnel subterrâneo, aos outros dois diques, também em fase final, localizados atrás do Condomínio 41, no Riacho Fundo II, também perto ao viaduto do Periquito, só que no sentido de quem vem do Plano Piloto para o Gama. São plataformas enormes, com 8 mil metros cúbicos cada uma e 45 metros de diâmetros.
O antigo reservatório do Gama, que já abastecia a população, recebia água vindo de um sistema produtor de Santo Antônio do Descoberto. Os três novos tanques estão sendo preparados para receber a água bombeada do sistema produtor de Corumbá.
“É aqui, nessa estrutura que estamos montando, o ponto de interligação desses dois sistemas, aonde vão se encontrar. A água vinda do Santo Antônio do Descoberto e a água que vem do Lago Corumbá”, detalha o engenheiro da Caesb, Fabiano Silva.
“São sempre dois reservatórios de cada lado para facilitar a manutenção e limpeza para não parar o abastecimento quando for fazer esses serviços”, esclarece.
A complexidade dos trabalhos de construções dos três tanques explica o longo prazo das obras, iniciadas em janeiro de 2019. Igual é feito em construções de prédios, primeiramente, é preciso fazer uma fundação de 14 metros que, amparadas por enormes estacas, irão sustentar uma laje de aço do fundo do tanque soldadas por partes. Também são por etapas e chumbadas uma a uma, as placas que formam as partes laterais dos reservatórios, um trabalho minucioso que empregou mais de 150 pessoas desde o início do projeto.
“Era gente de São Paulo, Goiás e Nordeste, tudo mão de obra especializada, já que é um trabalho bem específico”, conta Marcus Dourado, um dos engenheiros da empresa contratada pela Caesb. “Outras 30 vagas de trabalho foram abertas indiretamente para atender as obras, no aluguel de máquinas e abastecimento de comida”, conta.
Moradora do Condomínio 41, do Riacho Fundo II, a diarista Domingas Pereira Sales, 50 anos, estava bem informada sobre as obras dos tanques da Caesb. “Como sou muito curiosa, fui perguntar aos operários do que se tratava”, diz. “Vai ser bom para todos nós, água é sempre bom, bastante necessário para a população, não pode reclamar que o governador não está investindo nessa área no DF”, elogia. “Ficamos feliz com a notícia, vamos ficar mais tranquilo ”, comenta o assistente administrativo, Roberto Bezerra da Silva, 58 anos.
LÚCIO FLÁVIO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA I EDIÇÃO: CAROLINA JARDON