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Trabalhadores do setor rural são mais afetados por pandemia, diz OIT

A América Latina e o Caribe são as regiões mais afetadas pelo Covid em termos sanitários e econômicos, com cerca de 47 milhões de postos de trabalho que desapareceram. Entre os setores afetados pela pandemia, a economia rural, que emprega 19,2% dos latinoamericanos também passa por dificuldades.

De acordo com o estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), apresentado na videoconferência  “COVID-19: Emprego, informalidade e transformação produtiva na economia rural da América Latina e do Caribe”, de Lima (Peru), as exportações na América Latina caíram 23% no ano de 2020. A queda é explicada pela redução nos preços dos produtos agrícolas e uma diminuição da demanda do setor no mundo.

Efraín Quicaña, especialista regional em economia rural do Escritório da OIT para a ALC,  explica que o setor agrícola é de suma importância para a regeneração de empregos na região. “Precisamos de políticas públicas para as regiões rurais que sejam inovadoras,” para isso, ele explica que o estudo da OIT definiu quatro pilares de enfrentamento: “Precisamos estimular a economia e o emprego, apoiar as empresas, proteger os trabalhadores no local de trabalho e buscar soluções mediante o diálogo social.”

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Informalidade

A pandemia refletiu o crescimento de outro grande problema no setor: o trabalho informal. O estudo mostrou que a informalidade no emprego rural representa 76,2% dos trabalhadores assalariados. ”Nós precisamos ter necessariamente um processo de qualificação no campo”, afirmou Rosane Bertotti.

Rosane é agricultora familiar e participante da Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA). Ela ressaltou a importância da discussão das circunstâncias de vivências e de políticas públicas no campo. ”É fundamental discutir sobre a educação, saúde, cultura e acessibilidade para essas populações”, afirmou a agricultora. O ”campo” pode ser amplamente categorizado, além da categoria econômica, envolve diversas populações tais como indígenas, agricultores familiares e ribeirinhos, que carecem de políticas públicas, formação de qualidade e direitos trabalhistas defendidos.

Segundo Rosane, os impactos da pandemia no meio rural tem condições pré-existentes, e, entre elas, a violência no campo, que é muito presente no meio principalmente entre as mulheres. ”O desenvolvimento no campo é questão de segurança alimentar em nosso país”, constatou a especialista.

Por Júlia Morena e Marina Torres

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira