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Câncer de ovário: definição, sintomas e tratamento

Discreto, silencioso. É assim que os médicos se referem ao câncer de ovário, pois os sintomas só aparecem quando a doença já está instalada, e ainda podem ser confundidos com os de outras enfermidades. É o segundo tipo de câncer mais comum quando se fala de câncer ginecológico. A doença fica atrás apenas do câncer do colo do útero. O câncer de ovário também é a sétima maior causa de morte por câncer entre as mulheres. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (INCA). O órgão aponta, ainda, que oito em cada dez casos são diagnosticados tardiamente, o que dificulta ainda mais as chances de sucesso do tratamento.

Os sintomas costumam aparecer somente na fase mais avançada, quando o tumor não está mais restrito ao aparelho reprodutor e se espalhou para as regiões pélvica e abdominal, para os pulmões, os ossos e o sistema nervoso central. Por isso é fundamental acompanhamento regular com o ginecologista. “Essa é a melhor forma de diagnosticar precocemente e conduzir o tratamento adequado o quanto antes”, afirma o ginecologista e obstetra com atuação na área de câncer ginecológico e diretor médico da Maternidade Brasília Evandro Oliveira.

Tipos de câncer de ovário

O câncer de ovário acontece quando há alteração na genética das células dessa região do corpo (neoplasia maligna). Porém, como há uma variedade de tipos de células nessa região, essa reprodução desordenada que caracteriza a neoplasia maligna pode ocorrer em três tipos diferentes de células.

– Tumores epiteliais – iniciam-se na fina camada de tecido que reveste os ovários. Cerca de 90% dos casos são tumores epiteliais.

– Tumores do estroma – começam no tecido do ovário que contém células produtoras de hormônios. Esses tumores normalmente são diagnosticados em fase precoce, diferenciando-se em relação aos outros tipos. Cerca de 7% dos tumores de ovário são do tipo estromal.

– Tumores de células germinativas – surgem nas células produtoras de óvulos. O tipo é raro e tem tendência a ocorrer em mulheres mais jovens. Eles representam de 3% a 5% de todos os tumores ovarianos e possuem grandes chances de cura.

A incidência do câncer de ovário está relacionada com fatores genéticos, hormonais e ambientais. O histórico familiar é um dos elementos mais relevantes nessa patologia. Estima-se que aproximadamente 10% das mulheres que desenvolvem câncer de ovário têm outros casos da doença na família. “O câncer de ovário pode acometer mulheres de todas as idades, porém, vale ressaltar que ele tem incidência mais frequente entre mulheres acima dos 40 anos”, complementa Evandro.

A doença não tem causa totalmente esclarecida e, ao contrário de outros tipos de neoplasia, não é precedida por lesões pré-malignas.

Além do histórico familiar e da faixa etária da mulher, há outros fatores que podem aumentar o risco de incidência de câncer de ovário.

• Fatores reprodutivos e hormonais – o risco é maior entre mulheres com infertilidade e menor nas que tomam pílula anticoncepcional ou que já tiveram filhos. Já as mulheres que não tiveram filhos têm mais chances de ter esse tipo de câncer.

• Primeira menstruação precoce – antes dos 12 anos – e menopausa tardia – depois dos 52 anos – podem estar associadas ao risco de câncer de ovário.

• Fatores genéticos – mutações em genes, como BRCA1 e BRCA2.

• Excesso de peso – amplia o risco de evolução da doença.

Sintomas do câncer de ovário

Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas peculiares. No entanto, à medida que o tumor cresce, pode provocar os seguintes sinais:

  • dor ou inchaço no abdome, na pelve, nas costas ou nas pernas;
  • náusea;
  • indigestão;
  • gases;
  • prisão de ventre ou diarreia;
  • cansaço constante;
  • perda de apetite e de peso.

Diagnóstico

“É importante salientar que o exame Papanicolau não é feito para detectar o câncer de ovário; ele é utilizado para rastreamento de câncer do colo do útero. No caso do câncer de ovário, tudo parte da investigação clínica. Caso se mostre necessário, seguimos para exames laboratoriais ou de imagem para auxiliar no diagnóstico”, explica o médico.

Tratamento

As formas de tratamento comumente usadas são a cirurgia ou a quimioterapia. A escolha por um tipo de terapêutica ou outra vai variar, sobretudo considerando o tipo histológico do tumor, a extensão da doença, a idade da paciente, as condições clínicas e a fase em que está o câncer. Mas tudo só começa depois da avaliação do especialista para confirmar o diagnóstico. Por isso, mantenha em dia suas consultas com o ginecologista e converse com seu médico sobre o assunto.