A safra agrícola goiana das principais culturas temporárias – soja, milho, arroz, feijão, girassol, algodão, sorgo, tomate e cana-de-açúcar – deverá ser a maior da história, chegando a 22,47 milhões de toneladas, colhida numa área plantada de 5.338.731 hectares. O levantamento é da Superintendência Executiva de Agricultura, Pecuária e Irrigação da Secretaria de Desenvolvimento (SED).
Este ano, a safra agrícola goiana vai responder por 9,77% da produção nacional de grãos (11,12% de milho e 9,77% de soja), segundo estimativas do coordenador da área de Estudos de Mercado, Estatística e Acompanhamento de Safra da Superintendência Executiva de Agricultura da Secretaria de Desenvolvimento (SED), engenheiro agrônomo Juarez Gomes Bucar.
Com exceção do milho, todas as outras culturas temporárias tiveram aumento de produção este ano. A exemplo de anos anteriores, a soja foi a cultura responsável pela metade da produção agrícola goiana. A colheita chegou a 11,62 milhões de toneladas, seguida do milho com 9,21 milhões de toneladas. Foram colhidas 1,39 milhão de toneladas de tomates e 1,04 milhão de toneladas de sorgo. A produção de arroz foi de 126 mil toneladas e a de feijão de 326 mil toneladas. A safra da cana-de-açúcar que começou a ser colhida em abril último numa área de 1,030 mil hectares, deverá render 75,6 milhões de toneladas este ano.
Vocação
O secretário de Desenvolvimento (SED), Leandro Ribeiro, salienta que a vocação bem definida de Goiás para o agronegócio e para os cultivos tradicionais de grãos nobres, com destaque para a soja e o milho, pelo menos nas últimas décadas, foi reforçada e ampliada com a chegada ao campo das novas tecnologias. “Esse crescimento veio acompanhado de outro dado positivo, que se refere à geração de empregos no campo e qualificação acentuada de mão de obra, a despeito do maior uso de tecnologias”, afirma.
Ele cita que o Governo do Estado, através dos Institutos Tecnológicos de Goiás (Itegos), está contribuindo para o uso de novas tecnologias no campo ao capacitar, com cursos técnicos, a mão de obra que atua no meio rural. Leandro Ribeiro garante que os Colégios Tecnológicos Móveis (Cotec´s) podem se deslocar para qualquer cidade do Estado para levar cursos de capacitação. “Basta um pedido das entidades de classe e das Prefeituras locais”, avisa.
Ele lembrou, também, da preocupação do Governo em apoiar o setor agropecuário, não apenas com a manutenção das estradas, com o fomento as exportações, mas também com investimentos na pesquisa e na inovação tecnológica. Citou que, no próximo mês de setembro, será realizada em Goiânia a 28ª Conferência da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Amprotec). O tema a ser discutido será justamente o Agronegócio nas suas vertentes de inovação, tecnologia e negócio.
Logística
O presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Tasso Jayme, observa como avançou a produção agrícola goiana. Ele lembra que enquanto dobrou a área plantada, saindo de 2.835.523 hectares, em 1999, para 5.341.099 hectares este ano, a quantidade produzida triplicou, de 7,87 milhões de toneladas para 22,47 milhões de toneladas agora em 2018. “Isso é fruto do investimento em tecnologia e inovação, da boa logística para o escoamento da safra, com abertura de novas estradas e boa conservação das mesmas, e da conquista de mercados, sobretudo no exterior com o apoio do Governo, através da SED, para os nossos produtos”, afirma.
O presidente da Organização das Cooperativas do Brasil em Goiás (OCB-GO), Joaquim Guilherme Barbosa, destaca que as novas tecnologias trazem embutidas a necessidade de maior qualificação de mão de obra, desde o manejo da semente até os sistemas da logística e do transporte. Na verdade, disse ele, “o processo de mecanização através das novas tecnologias amplia as vagas de trabalho no campo, a partir do momento em que possibilita maior diversificação das culturas, consequentemente amplia o leque de capacitação no campo”.
Ele acrescenta ainda, como fator impulsionador da produção agrícola goiana, o estímulo do Governo do Estado através dos incentivos fiscais. “Esses incentivos proporcionam a desoneração da produção e são responsáveis pela atração de empresas geradoras de produção agropecuária e na agricultura”, destacou o presidente da OCB.
Comunicação Setorial – SED