Cerca de 60 manifestantes do Movimento Sem Terra (MST) invadiram a sede da Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja), na manhã de quinta-feira (14), instalada na QL 10, do Lago Sul. Além de pichadas as paredes e depredada a fachada do edifício, o episódio trouxe medo para os moradores do local, que chamam a atenção para a instalação de negócios comerciais onde deveria ter apenas residências.
A mansão abriga ainda outros representantes do agronegócio como a Associação Brasileira dos Produtores de Milho e a Associação Brasileira de Produtores de Sementes de Soja.
Para a recém criada União dos Conselhos Comunitários do DF (UCCDF), o fato evidencia a importância de serem discutidas questões como a nova Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) e, sobretudo, os prejuízos que ela causará aos moradores dos lagos Sul e Norte, além do Park Way.
Para um dos coordenadores da União dos Conselhos Comunitários do DF (UCCDF), Guilherme Jaganu, é hora da comunidade se unir em defesa da manutenção do projeto arquitetônico e urbanístico original, pensado por Lúcio Costa, para Brasília. “Em linhas gerais, uma das bandeiras da UCCDF é impedir que os bairros exclusivamente residenciais sejam transformados em bairros mistos, mediante a permissão de que “atividades econômicas” sejam exercidas nas residências”, afirma.
Na esfera ambiental, outra missão da UCCDF é garantir a conservação dos parques e reservas já existentes e a criação de novos espaços que preservem as nascentes e a vegetação. “Precisamos conscientizar as pessoas quanto à importância destes espaços dentro da área urbana. E especificamente no que se refere ao Lago Paranoá, conscientizar toda a população da importância das áreas verdes nos lotes residenciais dos lago Sul e Norte e Park Way, já que essas áreas verdes (que não podem ser impermeabilizadas) garantem a recarga dos aquíferos que abastecem o Lago Paranoá durante o período de seca”, explica.
Vandalismo
Sobre o episódio de hoje, a Polícia Civil realiza perícia no local e a 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) investiga o caso como crime de dano e associação criminosa.
Sobre a UCCDF – Além de defender os interesses de moradores das mais diversas regiões do DF, a União dos Conselhos Comunitários do DF (UCCDF) nasceu com a proposta de conscientizar a comunidade dos fatos e trazê-la para o debate como forma de influenciar as decisões governamentais e legislativas, as quais devem respeitar o querer e o não querer das populações diretamente atingidas.