A escola deveria ser um local de paz e aprendizagem, mas no Distrito Federal mais de 97% dos professores da rede pública já presenciaram algum tipo de violência. Deste total, mais de 57% foram vítimas.
Os dados são da pesquisa “Violência nas escolas públicas do Distrito Federal”, do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF). O levantamento foi realizado entre o final do ano passado e o começo de 2018, com 1.355 professores que responderam um formulário enviado por e-mail, pelo sindicato.
Os educadores do Plano Piloto, Cruzeiro, Ceilândia, Taguatinga, Samambaia e Gama foram os que mais vivenciaram a violência dentro das escolas.
A maioria revelou ter sido vítima de agressões verbais, preconceituosas, ameaças e bullying. Mais de 40% dos agressores são alunos. Vinte por cento dos pais também já agrediram os professores de alguma forma.
A professora de matemática Rosângela Arruda foi um das vítimas. No ano passado, um aluno de Taguatinga atirou uma cadeira universitária nela.
A agressão ocorreu após a docente pedir para o estudante tirar o boné e ele se recusar algumas vezes.
O Sinpro teve a ideia de realizar a pesquisa para mostrar, na prática, o aumento da violência dentro das escolas, que leva ao adoecimento dos professores.
De acordo com o sindicato, a pesquisa foi encaminhada à Secretaria de Educação, mas a pasta informou que ainda não recebeu o levantamento.
A Secretaria de Educação destacou que realiza projetos pedagógicos nas escolas com temas como cidadania e direitos humanos, mediação de conflitos, combate às drogas, entre outros assuntos.
A professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília Viviane Neves Legnani afirma que para diminuir a violência dentro das escolas é necessário o diálogo entre alunos, famílias e professores.
A pesquisa do Sinpro revelou que a violência nas escolas públicas traz consequências para todo o ambiente escolar.
Mais de 46% dos professores se sentem desmotivados e mais de 31% dos alunos aprendem menos do que deveriam.