De acordo com o DataSUS, 46.320 pessoas morreram de pneumonia em 2020 no Brasil, o que representa 2,9% das mortes do País. A pneumonia é uma inflamação que acomete os pulmões e afeta a região dos alvéolos pulmonares, onde as ramificações terminais dos brônquios desembocam. A doença merece atenção, tanto que nesta sexta-feira, 12 de novembro, é o Dia Mundial da Pneumonia. O que poucas pessoas sabem, é que a enfermidade possui diferentes tipos.
“Existem vários tipos de pneumonias, visto que qualquer microorganismo pode causar pneumonia e às vezes até mesmo ser não infecciosa. As pneumonias mais comuns são as causadas por bactérias e vírus. Existem aquelas mais raras, causadas por agentes químicos, decorrente da inalação de substâncias tóxicas”, destaca a pneumologista Fernanda Miranda de Oliveira, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia. Confira a seguir quais os tipos da enfermidade:
Pneumonia bacteriana: É o tipo mais comum da doença. Ela pode ser causada por bactérias inaladas ou presentes no próprio organismo;
Pneumonia viral: Desencadeada por vírus que afetam o sistema respiratório. Os mais comuns são influenza, coronavírus, parainfluenza, adenovírus e vírus sincicial respiratório;
Pneumonia química: Causada pela inalação de substâncias agressivas ao pulmão, como agrotóxicos, poluição, fumaça, como por exemplo o vapor de cigarros eletrônicos, e produtos químicos em geral;
Pneumonia fúngica: É causada por fungos. Apesar de ser o tipo de pneumonia mais raro, tem o potencial de ser bastante agressivo. Ocorre com mais frequência em pessoas imunodeprimidas ou com doenças crônicas, como pacientes oncológicos ou com HIV;
Pneumonia atípica: Deflagrada por vírus e bactérias menos comuns ou associados a problemas respiratórios. Aqui, há uma predominância de sintomas no resto do corpo, não só ligados aos pulmões;
Pneumonia nosocomial: É o nome dado para quem sofre com esse problema em decorrência de uma internação no hospital;
Pneumonia aspirativa: Ocorre quando líquidos ou pedaços de alimento, por exemplo, não são engolidos direito e acabam parando nos pulmões. Esses itens podem estar colonizados por agentes infecciosos, que então causam danos nos pulmões.
Grupo de risco
A pneumologista Fernanda Miranda destaca que existem pessoas mais suscetíveis à doença. “Os extremos da idade, crianças menores de 5 anos e adultos maiores de 60 anos, por terem um sistema imunológico alterado, são mais suscetíveis às pneumonias. E ainda portadores de doenças pulmonares crônicas como asma, fibrose pulmonar, bronquiectasia, entre outros. E qualquer outra condição que afete o sistema imunológico, que é a defesa do nosso organismo, é fator de risco para pneumonias”, salienta.
A médica cita que, no geral, os sintomas da pneumonia são falta de ar, tosse com ou sem catarro, dor no peito, febre, dor de cabeça e no corpo, mal-estar e falta de apetite. “Os sintomas podem diferir a depender do agente causador da pneumonia e do hospedeiro, apesar de que não há nenhum sintoma que seja exclusivo que um determinado tipo e nem sempre todos os sintomas podem estar presentes”, explica a pneumologista, ressaltando que só com uma avaliação médica é possível saber o tipo de pneumonia contraída. O tratamento também vai se diferenciar de acordo com cada uma.
Fernanda Miranda destaca que cuidar da saúde de uma forma geral, com bons hábitos alimentares e de higiene, é uma forma de prevenir as pneumonias. “Não fumar também é fundamental. Se for portador de alguma comorbidade, é preciso tomar cuidados adicionais caso a caso. Manter sua caderneta vacinal em dia, com as vacinas contra a gripe e a pneumocócica. As demais vacinas, como contra a coqueluche e sarampo, também são importantes na prevenção das pneumonias. Não se expor a locais contaminados com fezes de pássaros ou ambientes úmidos como cavernas, onde residem morcegos, também previnem pneumonias fúngicas”.