É difícil ter uma resposta certeira para o motivo que leva as mulheres a buscarem investimentos com menos riscos, mas pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – (Anbima) revelou alguns pontos sobre essa questão que podem dar pistas para esse comportamento mais “pé no chão”. O estudo ouviu 5,8 mil pessoas das classes A, B, C e D/E e apontou que mulheres poupam almejando a casa própria e a educação delas e dos filhos, enquanto homens guardam dinheiro para empreender e para garantir sua aposentadoria.
Por esses dados revelados é possível perceber, de maneira geral, que a mulher busca estabilidade para ela e a família. Diante disso, não fará investimentos que lhe tragam sobressaltos. O valor investido envolve algo muito precioso para ela – a segurança da família. E, nesse ponto, a esperança de um futuro mais tranquilo está acima dos percentuais sedutores de alguns investimentos de risco.
Prova desse comportamento mais conservador foi percebido também por nós, do Santander. O banco fez uma pesquisa que levou em conta a base de clientes investidores com mais de R$ 10 mil aplicados. E o resultado apontou que quase 70% das aplicações feitas por investidoras em janeiro deste ano foram em ativos de renda fixa.
O dado expõe o comportamento feminino mais conservador na hora de investir. Mas essa mesma pesquisa nos mostrou também um outro panorama: dentro do universo de investimentos de baixo e médio risco elas diversificam a carteira tanto quanto eles, ressaltando que, apesar de conservadoras, não colocam as fichas em uma cesta apenas.
Mesmo que com uma parcela menor de dinheiro, tanto os homens quanto as mulheres diversificam seu portfólio com outros produtos: quase 2% dos recursos aplicados tanto por um público quanto por outro têm como destino o Certificado de Operações Estruturadas (COE).
Os ativos de crédito privado, como debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são a escolha de 2% do público masculino e 1% do feminino.
Na divisão por segmentos, as mulheres são maioria no Especial (segmento de entrada), com 55% contra 45% dos homens. Já entre os clientes Van Gogh e Select, eles predominam com 51% e 49% e elas, 58% e 42%, respectivamente.
Neste mês de março, quando veio à tona os temas femininos, quero parabenizar as investidoras brasileiras que sabem muito bem o que estão fazendo com seu dinheiro e seguem conquistando rendimentos importantes para si mesmas e suas famílias.