Com a chegada do outono, período em que há aumento dos casos de doenças respiratórias infantis, os pais e responsáveis pelas crianças devem adotar medidas de prevenção às infecções respiratórias. A orientação é da médica Débora Cruvinel, chefe da Pediatria do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Segundo ela, a média de atendimento diário no pronto-socorro da unidade é de 70 crianças, número que, na estiagem, pode dobrar por causa desses casos respiratórios.
“A incidência de doença respiratória apresenta padrão sazonal, como de costume, com picos bem demarcados durante o outono e o inverno, ou seja, entre os meses de março a julho, apresenta alta importante no número dos atendimentos médicos, não tendo relação com a pandemia da covid-19”, explica a médica.
Segundo ela, os principais geradores desses problemas são os vírus do tipo sincicial respiratório (VSR), influenza A e B, Parainfluenza e Adenovírus. Juntos, esses vírus são responsáveis por cerca de 50 a 90% dos casos em crianças.
Condutas preventivas
As crianças mais atingidas são as menores de dois anos, com históricos de alergia crônica e de chiado no peito, bem como as que têm histórico familiar de asma. “Elas demandam atendimento médico nas emergências e apresentam pior evolução do quadro respiratório, geralmente com necessidade de hospitalização”, detalha Débora Cruvinel.
A médica esclarece que, enquanto nas crianças abaixo de dois anos predomina o quadro de bronquiolite –inflamação aguda dos bronquíolos –, nas crianças maiores são mais comuns os quadros de broncoespasmos, que são caracterizados pela obstrução das vias aéreas.
“Condutas como higiene das mãos com frequência, lavagem nasal diária com soro fisiológico e higiene adequada do ambiente escolar colaboram com diminuição de contágio e transmissão destes vírus respiratórios na faixa etária pediátrica”, alerta Débora.
Atendimento
A sazonalidade das doenças respiratórias costuma ser causada por infecção viral, com possibilidade de evoluir para infecção bacteriana. Ou seja, é, primariamente, infecção viral, que pode ser tratada apenas com hidratação, uso de soro fisiológico e antitérmico, se houver febre.
Os pais devem procurar atendimento médico quando houver febre persistente por mais de 72 horas e sinais de desconforto respiratório. A recomendação é procurar primeiro uma unidade básica de saúde (UBS) e, apenas em casos mais graves, os hospitais regionais de referência, como o HRSM.
O Serviço de Pediatria do HRSM abrange toda a região centro-sul do DF e região do Entorno do Goiás. Há 12 leitos no pronto-socorro para observação, seis leitos de box (Sala Vermelha) e 24 leitos de internação na enfermaria.
Dicas para prevenir infecções respiratórias em crianças:
– Aumente a frequência da oferta de água para maior hidratação do corpo;
– Aumente a frequência da amamentação;
– Evite aglomerações e ambientes fechados, onde há maior propagação de vírus e bactérias;
– Mantenha os ambientes ventilados;
– Higienize as mãos da criança com água e sabão;
– Evite contato com pessoas que apresentem sintomas respiratórios;
– Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e copos.
*Com informações do Iges-DF
Agência Brasília* | Edição: Chico Neto