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‘Intensificamos as campanhas de prevenção e fiscalização’

Ao final da campanha Maio Amarelo, o diretor-geral do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran), Thiago Gomes Nascimento, avalia que a principal característica da ação neste ano foi a intensificação das atuações educativas, em virtude do final da pandemia e do aumento da circulação de carros nas estradas do DF.

“Pensamos que, quando a normalidade voltasse, os acidentes poderiam aumentar”, disse o gestor, em entrevista à Agência Brasília. “Precisávamos mostrar à população que ela participa do trânsito, por isso aumentamos o número de campanhas, assim como a fiscalização, mas sempre com foco na educação e na redução de acidentes.”

O Maio Amarelo deste ano comemorou os 25 anos de existência da faixa de pedestre no DF, buscando intensificar a importância do equipamento. Além dessa campanha, o brasiliense tem sido beneficiado com campanhas educativas anuais. Somente nos dois últimos anos, o valor gasto foi de cerca de 40 milhões.

Acompanhe, a seguir, os principais trechos da entrevista.

Foto: Eline Luz/Agência Brasília

Qual foi o saldo desta nona edição da campanha Maio Amarelo?

Este ano, o Maio Amarelo teve um foco diferente, relacionado à integração, tanto é que o lema de 2022 foi “Junto salvamos vidas”. Isso mostra um pouco do que o nosso marco constitucional traz, da participação da população. Foram mais de 500 ações em todas as regiões administrativas, com uma média de 17 ações por dia. As ações foram direcionadas a ciclistas, pedestres e motociclistas. A Secretaria de Segurança Pública foi uma grande parceira. O Maio Amarelo foi muito relevante para o Departamento de Trânsito e para a população do DF, porque o Detran está indo para um novo patamar, que é reviver as faixas de pedestres, que serão renovadas, tornando-se mais eficientes.

“Nessas campanhas, mesmo durante a pandemia, notamos uma redução do número de mortes e acidentes”

Qual a característica da campanha deste ano?

Durante os últimos dez anos, tivemos um aumento muito grande no número de veículos emplacados. Hoje são 2 milhões de veículos no DF, um número muito grande se comparado ao total da população. Nessas campanhas, mesmo durante a pandemia, notamos uma redução do número de mortes e acidentes. Por isso, neste ano, com o aumento da circulação dos veículos, intensificamos as campanhas de prevenção e fiscalização.

Quais os temas mais trabalhados durante a campanha?

Trabalhamos ações relacionadas a pedestres, ciclistas e motociclistas. No caso do pedestre, ele é o elo mais fraco da corrente – mas no DF temos uma inversão da lógica, porque aqui o pedestre tem força, devido à faixa. Reforçamos essa importância e também fizemos campanhas para os motociclistas. Para isso firmamos parceria com o iFood. Em 30 de maio, montamos aqui no departamento um circuito para os motociclistas, contando inclusive com palestras educativas feitas pelos nossos motociclistas. Eles aprenderam sobre a importância do uso do capacete, de estar com a documentação em dia, entre outras coisas. Estamos programando outras ações para motociclistas, em que oferecemos treinamento para esses profissionais.

Como será a renovação das faixas de pedestres?

Elas vão ser modernizadas, ganhando iluminação e acessibilidade. A primeira faixa iluminada já foi inaugurada pelo governador Ibaneis Rocha. As faixas vão ganhar cara nova. Para este ano, está prevista a iluminação em 800 faixas. Será uma iluminação específica para elas, com lâmpadas de 125 watts, mais que a iluminação comum. Vamos começar agora um projeto que não tem nome estabelecido, mas que poderá se chamar Detran mais Obras e que, além de iluminar as faixas, disponibilizará acessibilidade em todas elas. Nessa primeira fase, foi feito um investimento em iluminação de R$ 6,6 milhões; com as obras de acessibilidade serão gastos mais R$ 6 milhões.

“Costumo dizer que o respeito às faixas de pedestres só é o que é porque o Detran faz campanhas todos os anos”

O que podemos dizer que é o Detran mais Obras?

O Detran mais Obras é o restabelecimento da acessibilidade das nossas faixas de pedestres no Distrito Federal. Muitas vezes o Detran dependia de outros órgãos para fazer a acessibilidade, o calçamento. Colocávamos as faixas, mas não podíamos fazer as outras intervenções. Agora vamos realizar as intervenções completas, então as faixas vão ser iluminadas e terão toda a acessibilidade. Para esse projeto, a previsão de gastos é de R$ 5 milhões.

Como o senhor analisa o atropelamento de cinco crianças na faixa de pedestres, justamente no ano em que essa sinalização completa 25 anos?

Eu costumo dizer que esse episódio não reflete a realidade dos condutores, porque aquela pessoa que atropelou não estava habilitada a ser um condutor. Como ele não tinha habilitação, não respeitou as faixas. A gente está tratando de uma pessoa que não tinha o conhecimento necessário, não sabia a importância da faixa e a responsabilidade de estar conduzindo e ainda estava sob o efeito de álcool. Costumo dizer que o respeito às faixas de pedestres só é o que é porque o Detran faz campanhas todos os anos. Entre 2021 e 2022 houve uma redução de quase 30% nos acidentes nas faixas de pedestres. Durante os três primeiros anos de governo, essas campanhas foram intensificadas, inclusive durante a pandemia. No ano passado, intensificamos a verba para campanhas educativas sobre as faixas, e o gasto foi de mais de R$ 20 milhões com esse tipo de publicidade. Este ano, a verba destinada foi de mais de R$ 20 milhões.

Como foi o passeio ciclístico do Detran neste ano?

Este ano colocamos no nosso calendário o projeto Detran nas RAs, que consiste em fazer passeios ciclísticos mensais em cada região administrativa. O último foi no Gama. O próximo será no Paranoá. Pela primeira vez, o evento contou com a participação de um grupo de ciclistas chamado DV na Trilha, composto por 20 ciclistas com deficiência visual.

“Nosso aplicativo, o Detran DF, é o primeiro do país a contemplar a Carteira Nacional de Habilitação”

E os semáforos com sonorização, também serão atendidos nesse processo de modernização das faixas?

A nossa ideia é que, a partir deste ano e no máximo nos próximos dois anos, consigamos trocar todos os equipamentos semafóricos do DF. Os novos vêm com sonorização. Onde for necessária a sonorização, esta será colocada. O investimento é de cerca de R$ 30 milhões.

Além das campanhas, quais as novidades administrativas que o Detran tem a oferecer à população?

O Departamento de Trânsito passa por uma revolução tecnológica. Nosso aplicativo, o Detran DF, é o primeiro do país a contemplar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Temos a transferência eletrônica inteligente. Quem vai comprar ou vender um carro não precisa mais ir ao cartório, agendar a transferência. É tudo automático, dentro do telefone celular do usuário. O emplacamento é inteligente, a pessoa já sai da concessionária com carro emplacado. Teremos um portal mais moderno, mais responsivo e amigável e, em dois meses, contaremos com 40 serviços digitais. Daqui a pouco, terão fim as filas e agendamentos. Hoje o Detran faz 4 milhões de atendimentos por ano, e as reclamações não chegam a 2% [desse total] por ano.

O Detran ganhará uma nova agência?

Em breve, abriremos uma nova agência no aeroporto. Vai ser uma agência-piloto e modelo. O aeroporto é caminho para as pessoas que vêm do Gama, Santa Maria e Entorno. Para fazer a agência lá, fizemos uma parceria com a Inframerica, que administra o aeroporto. Lá será possível, inclusive, fazer as provas necessárias para tirar habilitação. Com a parceria, conseguimos até abatimento no preço dos estacionamentos para quem for à agência do de Detran do aeroporto.

Catarina Lima, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto