Inflação, desemprego, pandemia, desamparo social: são vários os fatores que corroboram para a pobreza extrema. Diante dessa situação, muitos não encontram uma alternativa a não ser pedir ajuda financeira para estranhos nas ruas.
Essa prática divide opiniões: enquanto alguns acreditam que é um ato de caridade, outros opinam que contribui para a pobreza no país ou desconfiam da finalidade do dinheiro. Ainda existe quem prefere dar alimentos e roupas.
Saímos pelas ruas na Asa Norte e perguntamos opiniões sobre a contribuição monetária para pessoas na rua, a responsabilidade sobre o uso do dinheiro doado e uma possível dependência da esmola. Assista ao vídeo:
Números da vulnerabilidade
O mais recente levantamento de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais aponta que, de janeiro a maio deste ano, mais de 26 mil novas pessoas foram registradas como em situação de rua, no CadÚnico, o cadastro do governo federal que dá acesso a benefícios sociais. Hoje, são mais de 180 mil pessoas nessa situação no Brasil.
Apesar de contar com 12 Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e dois Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centros Pop), hoje, o Distrito Federal tem 2.252 pessoas em situação de rua. Esse número está em constante crescimento, visto que, em 2019, eram 1.959 pessoas desamparadas. Os dados são da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).
Outra questão que pode levar a necessidade de pedir dinheiro nas ruas é a insegurança alimentar. Como consequência do período mais crítico de pandemia, a fome passou a fazer parte da realidade de muitas famílias. Em 2022, mais da metade da população brasileira (58,7%) vive com algum tipo de insegurança alimentar, de acordo com o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. No Centro-Oeste cerca de 12,9% dos domicílios estão em situação severa de insegurança alimentar.
Diante desse cenário, a busca por assistência social cresce e as filas de espera para atendimento nos CRAS também. Entre 2019 e 2021, o aumento foi de 278% na espera, segundo dados levantados pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF (CLDF).
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Por Eduardo Hahon, Maria Tereza Castro e Nathalia Maciel
Supervisão: Luiz Claudio Ferreira