Nos próximos dias 17 e 18, mulheres pesquisadoras de diferentes áreas discutirão a história de mulheres que garantiram a visibilidade e os direitos da participação feminina na política no Brasil. O evento, batizado como “Mulheres Eternas”, é realizado nos campi da Asa Norte e de Taguatinga do Centro Universitário de Brasília (Ceub). Além da abertura, estão previstas 12 palestras que fazem discussões de gênero, visibilidade, cidadania e feminismo.
Confira a programação do evento Mulheres Eternas
No último dia 10, o evento foi apresentado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, a ministra do STM, que esteve no local, destacou que eventos acadêmicos como este valorizam mulheres que, mesmo com importante contribuição para a história, como Nísia Floresta e Bertha Lutz, foram esquecidas pela história. “Nós, também do mundo acadêmico, do mundo jurídico, que ainda é tão hermético, temos que nos abrir e abrir os espaços sociais para que todos os atores participem dessa nossa sociedade e tomem conhecimento dessas mulheres tão valorosas que mudaram o mundo, mas que são esquecidas”.
O então presidente do TSE, ministro Edson Fachin, também Ele destacou a necessidade da valoração feminina em todos os postos de poder e de trabalho, ao dizer que é imprescindível o “reconhecimento de que nosso país sempre contou com a mente e os corações das mulheres brasileiras”. Ele aproveitou ainda para alertar para os ataques que a democracia tem sofrido. Em discurso no evento, o ministro disse que há um “véu dessa noite ditatorial que se abateu sobre o país”.
“Não está no lugar em que merece”, diz atriz
Também no evento, a atriz Zezé Mota defendeu a democracia e agradeceu ao posicionamento do ministro Edson Fachin em relação aos recentes ataques à democracia brasileira. A artista também recordou a diferença de representatividade entre homens e mulheres nos três poderes.
“Onde está a mulher na sociedade brasileira? Não está no lugar que merece”. A verdade é que a mulher pode estar onde ela quiser, fazer o que ela quiser. Isso assusta você? Reavalie. A mulher pode usar a roupa que quiser sem ser a causadora de um estupro. Ela pode exercer cargos políticos, sem ser como cotas”.
Arte
O evento contou com a exposição de obras do artista plástico Manu Militão. Os trabalhos dele homenageiam 38 mulheres da história do cenário político nacional, que defenderam a democracia brasileira e o sufrágio feminino. Entre os quadros, há as imagens de mulheres como Bertha Lutz (pesquisadora e sufragista), Nízia Floresta (escritora, feminista e defensora da participação feminina na política) e Almerinda Farias (jornalista e sufragista)
Para a ministra Maria Elizabeth Rocha, única mulher em 214 anos de existência do tribunal, e que está no cargo há 15 anos, defende a ampliação da participação feminina nos espaços públicos e privados. “As mulheres são discriminadas no setor privado, com salários desiguais, em termos de ascensão e de acesso diferenciado. Exatamente por sentir como a sociedade ainda é patriarcal e é misógina, é importante promover ações para conscientizar a sociedade dentro do Poder Judiciário”.
Homenagens
O ministro Edson Fachin foi homenageado com uma tela. As autoridades mulheres presentes foram as ministras Maria Elizabeth Rocha, do Supremo Tribunal Militar (STM) e a ministra do TSE Maria Claudia Boquianeli.
Na mesa, as mulheres também foram representadas pela pró-reitora do CEUB, Lucia Maria Oliveira, pela diretora do Centro de Inovação e Estudos Sociais do CEUB, Mônica Lopes, pela diretora do Instituto Empoderar, Vladia Pompeu, e pela a atriz Zezé Mota e O evento teve a presença do reitor do Ceub, Getúlio Américo Moreira Lopes.
Por Luana Viana e Michel Lima
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira
https://agenciadenoticias.uniceub.br/