O dia de finados é uma data marcada para relembrar os mortos e possui uma série de rituais de despedida que buscam amenizar a dor da perda de um ente querido, acender velas, levar coroas de flores, rezar missas e etc.
Mas afinal, esses rituais de despedida são realmente benéficos para o processo do luto? Como eles afetam a forma como a nossa mente lida com a morte? O Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, explica mais sobre esse processo.
“Ver o corpo, acompanhar uma cremação, realizar um velório, levar flores e acender velas anualmente no dia de finados, tudo faz parte de ritos muito bem definidos para superar a dor da morte, o que ajuda a ‘digerir’ melhor a perda de um ente querido”.
“No entanto, apesar de serem importantes, sua ausência não representa um luto infinito já que a racionalização da perda é a melhor ferramenta para controlar os efeitos do sistema frontotemporal no cérebro, que coordenada a emoção” Ressalta.
As fases do luto e o papel dos rituais de despedida
O luto apresenta tradicionalmente algumas fases bem definidas, o que representa os estágios pelo qual um indivíduo passa para superar a perda de alguém, eles são:
1 – Negação: O indivíduo nega o acontecimento, se isola e tenta não sentir dor se baseando na negação da realidade
2 – Raiva: Revolta, o indivíduo culpa terceiros pelo fato e projeta seus medos e tristezas no ambiente externo
3 – Barganha: Tenha realizar negociações, busca meios de fazer as coisas voltarem à ‘normalidade’.
4 – Depressão: Tristeza profunda, é nessa fase em que o indivíduo realmente entende que a perda ocorreu e não pode ser desfeita.
5 – Aceitação: Entende o acontecimento, ressignifica-o e preenche o vazio com outras atividades.
Apesar da tradicional sucessão de fases, Dr. Fabiano de Abreu ressalta que os ritos de despedida podem ajudar a guiar a pessoa pelas fases do luto, mas não é essencial para que ela ocorra.
“Podemos traçar um paralelo entre as fases do luto e os ritos de despedida, o que ajuda a entender como eles ajudam as pessoas a lidarem melhor com as perdas, no entanto, mesmo que eles não sejam realizados, o indivíduo pode utilizar outras ferramentas para trabalhar esses sentimentos”. Afirma
“Realizando ou não os ritos de despedida, o importante é saber lidar com esses sentimentos e se restabelecer após a perda, superando a tristeza e sendo capaz de recordar a pessoa de forma saudável”. Ressalta Dr. Fabiano.
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Sobre o Prof. Dr. Fabiano de Abreu
Sobre o Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil, investigador cientista na Universidad Santander de México e membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva. Membro de 4 sociedades de alto QI, entre elas a Mensa International e a mais restrita do mundo Triple Nine Society.