Desde setembro, cerca de 300 novos bombeiros militares do Distrito Federal ingressaram na carreira de praça e fazem curso de formação. Somente depois de dez meses de cursos e 1.600 horas de treinamento, os recém-empossados na corporação estarão prontos para ir às ruas atender as demandas dos moradores da cidade.
Os novos bombeiros dividem-se em dez equipes, chamadas de pelotões, e as atividades são realizadas em forma de rodízio, para que todos participem de tudo o que é oferecido.
“O objetivo final é formar o bombeiro nas principais áreas de atuação, que são combate a incêndio, com 500 horas de instrução, e salvamento – altura, água, colisão de veículos e atendimento hospitalar –, também com 500 horas”, explica o responsável pela instrução dos novos praças, tenente Pedro Paulo Fonseca.
Segundo o tenente, a ideia é que nesses dez meses o grupo consiga desempenhar de forma satisfatória todas as atividades. “Ao final do curso, eles já têm condições de atender a população. A gente conta com uma parte de ensino teórico, uma de prática e uma de avaliação. Quando chegar ao final do curso, precisamos ter a certeza de que eles estão minimamente preparados”, diz o instrutor.
Avaliações
As avaliações nas atividades propostas devem ser feitas pelos aprendizes no tempo estipulado e da forma correta. Quem receber nota 7 será aprovado. Os que não atingirem a meta terão mais duas chances. Se não conseguirem em nenhuma das três oportunidades, serão reprovados e deverão que deixar o Corpo de Bombeiros.
O praça Igor Danilo, que ingressou na corporação em 17 de agosto deste ano, diz que o curso de formação está sendo a melhor experiência de sua vida. “Aqui é sempre um desafio, um aprendizado, é muito bom”, destaca.
O sargento Juliano Corttesi, que ministra atividades no curso de formação de praças, chamou a atenção para o fato de que as técnicas ensinadas nos cursos são as que os bombeiros usarão no dia a dia nas ruas da cidade. Nesta terça-feira (6), Corttesi ensinava escalada na chaminé e no mosaico, equipamentos usados para treinos.
“Aqui, essa atividade é feita com a corda, mas eles precisam aprender a técnica correta a ser desenvolvida, caso precisem escalar uma parede e não tenha ninguém para fazer a segurança. Quando isso acontecer, alguém precisará subir primeiro e fazer segurança”, explicou Corttesi.
Aulas e prática
Também é ensinada a técnica correta de acondicionamento de cordas, uma vez que o material utilizado precisa ser guardado da forma correta para que esteja à disposição quando necessário. Corttesi explicou que, além do curso interno, existe um momento em que os praças vão para a rua para fazer o estágio.
“Na segunda metade do curso, eles começam a ir para as ruas para o estágio, que dura em média, dois meses”, explica. O instrutor destaca que, quando um bombeiro militar do DF termina o curso de formação, é porque ele está realmente pronto para o trabalho.
Além do curso de praça, também está sendo ministrado o de formação de oficiais, destinado aos que ingressam na carreira como oficiais – são 23 em formação. O instrutor do grupo, tenente Jorge Heine, explica que o curso de formação tem duração de dois anos, com uma avaliação ao final de cada semestre.
“Nesse curso, os oficiais veem tudo que é ministrado na formação de praças e há também uma pequena especialização em todas as áreas, como salvamento, combate a incêndio, emergências hospitalares. O curso é bastante abrangente. Precisamos sair sabendo de tudo e em condições de assumir o socorro à frente dos praças”, esclarece o tenente.
Catarina Lima, da Agência Brasília| Edição: Rosualdo Rodrigues