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A importância das tecnologias assistivas na inclusão de pessoas com deficiência

As tecnologias assistivas (TAs) têm se mostrado cada vez mais importantes na promoção da inclusão de pessoas com deficiência em diversos aspectos e situações da vida. Cada vez mais são criados equipamentos para auxiliar essas pessoas em suas atividades cotidianas.
Na Educação Inclusiva, por exemplo, a utilização de tecnologias inovadoras já colabora para o progresso intelectual de muitas crianças, como lembra o Defensor Público Federal André Naves, especialista em Direitos Humanos e Inclusão.

“Com o uso dessas tecnologias, os alunos experimentam melhor desempenho nos estudos, pois conseguem desenvolver habilidades para trabalhar suas limitações. Além disso, com esse apoio as crianças ganham autoconfiança e senso de independência, fatores essenciais para haver, até mesmo, maior interação com os pais, os professores e os outros alunos”, ressalta Naves.
Para quem conhece pouco sobre o tema, tecnologia assistiva é todo e qualquer equipamento ou sistema que ajuda o indivíduo a superar uma dificuldade decorrente de sua deficiência. Ela não pode curar, mas proporciona grande auxílio a pessoas com necessidades especiais, potencializando suas forças e habilidades.
Entre algumas das tecnologias assistivas existentes hoje, podemos citar os softwares de reconhecimento de voz que permitem a digitação por meio da fala, desenvolvidos para pessoas com deficiência motora ou visual. Já os softwares de leitura de tela, por sua vez, transformam o que está na tela em um texto que pode ser lido por um sintetizador de voz, facilitando a navegação na internet e a utilização de programas.
As bengalas eletrônicas também ajudam muitos portadores de deficiência. Elas foram desenvolvidas de vários tipos. É o caso, por exemplo, da que auxilia pessoas com dificuldades motoras a se movimentarem com mais facilidade e segurança em ambientes variados, como nas grandes cidades, que possuem imensos obstáculos que prejudicam a mobilidade. Existe também a bengala eletrônica criada para ajudar pessoas com deficiência visual. Essa possui dois sensores que avisam quando há um obstáculo a um metro de distância. Ela traz acoplado um microcontrolador que processa os dados sonares e aciona os motores, de tal maneira que o usuário é avisado do obstáculo, o que facilita todo o seu processo de locomoção. Outro modelo de bengala eletrônica é capaz de emitir alertas sonoros e de vibração em relação a obstáculos em altura, detectados por meio de um sensor ultrassônico, contribuindo, principalmente, para a locomoção em centros urbanos.

Recentemente, a senadora Mara Gabrilli compartilhou em suas redes sociais sua experiência utilizando uma revolucionária tecnologia para PcDs. Trata-se de um exoesqueleto, que funciona como um suporte para que pessoas com algum tipo de paralisia possam ficar de pé, caminhar e subir degraus. Gabrilli também divulgou uma iniciativa do Governo de São Paulo, que autorizou um acordo entre a Rede Lucy Montoro, a startup francesa Wandercraft e o Centro Paralímpico Brasileiro para pesquisas científicas e tecnológicas com exoesqueletos robóticos em apoio à reabilitação de pacientes.

Outros dispositivos incluem próteses e órteses que ajudam a recuperar a mobilidade de pessoas que sofreram amputações ou lesões. Existem também tecnologias que permitem a comunicação com pessoas que têm dificuldades de fala, como os dispositivos de comunicação alternativos; e aparelhos auditivos cada vez mais discretos e tecnológicos, que são indispensáveis para pessoas com deficiência auditiva. Os mais modernos utilizam o sistema wireless, que proporciona melhor qualidade de vida, conectando, sem fios, aparelhos auditivos com TV, rádio, celulares, computadores, videogames e até com o GPS do carro. dispositivos de comunicação alternativos.
“O uso de tecnologias assistivas tem se mostrado cada vez mais fundamental para a inclusão social de pessoas com deficiência, permitindo que elas possam desenvolver habilidades e competências, interagir com o mundo e ter uma vida muito mais independente e plena”, pontua o Defensor Público.
Segundo relata André Naves, o Brasil possui uma das mais avançadas legislações do mundo no campo da Inclusão, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência ou Estatuto da Pessoa com Deficiência. Em seu Artigo 28, que tem como objeto a Educação, a lei estabelece (entre outras coisas) que é dever do poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como serviços e adaptações que atendam à características dos estudantes com deficiência. Desse modo, fica garantido a esses alunos o pleno acesso ao currículo, em condições de igualdade com os demais, o que promove o exercício da autonomia. “Trabalhar pela implantação de mais e mais tecnologias assistivas nas escolas é um processo absolutamente necessário, mas que também impõe desafios aos gestores e aos educadores”, conclui.