O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) lançou, nesta quarta-feira (19), pesquisa que mostra o perfil dos usuários das passagens subterrâneas do Eixão. O evento ocorreu no auditório do edifício-sede do IPEDF.
Compuseram a mesa o administrador do Plano Piloto, Valdemar Medeiros, o presidente do IPEDF, Manoel Clementino; Fábio Cardoso, presidente do Departamento de Estradas e Rodagens (DER); o diretor da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), Silas Lemos e Renata Florentino, da Diretoria de Estudos e políticas Ambientais e Territoriais (DEPAT).
A urbanista, Maria Aragão, abordou sobre o quantitativo de pessoas e apresentou a pesquisa aos participantes e falou sobre como utilizar os dados para potencializar o uso desses espaços públicos.
Dentre os dados das pesquisas estiveram os apontamentos de que apenas 12% da população do Plano Piloto utiliza as passagens subterrâneas, sendo que a maioria das pessoas são de outras Regiões Administrativas. 58% da população está entre as mulheres negras, dentre 30 e 44 anos. As utilizações são geralmente para estudo e trabalho, com cerca de 80% que fazem o uso dos espaços frequentemente.
Fábio Cardoso, presidente do Departamento de Estradas e Rodagens falou sobre a importância das passagens subterrâneas. “Estamos à disposição para ouvir, participar e propor soluções sobre este estudo”, disse.
“Estamos aqui para verificar como foi a pesquisa e acreditamos que Brasília precisa ser pensada pelos pedestres”, disse o diretor da Semob, Silas Lemos.
A pesquisa teve participação de alunos da UNB, com entrevistas de usuários. A pesquisa contemplou as 16 passagens subterrâneas, além da ONG Andar à Pé e da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).
“Essa pesquisa é importante para que nós gestores tenhamos mais informações para dar mais qualidade de vida à população do Plano Piloto, disse o administrador do Plano Piloto, Valdemar Medeiros.
O estudo buscou analisar os fluxos de uso das passagens, horários de maior movimento e a avaliação dos usuários, focando no pedestre.
Manoel Clementino, presidente do IPEDFl disse que o tema trata de uma questão sobre como a população utiliza nossos espaços públicos. “A principal importância desse estudo é entender mais sobre quem usa esses espaços e levantar informações, fomentar o debate. Esse é o papel da nossa instituição, produzir dados necessários e auxiliar os gestores em sua tomada de decisão”, frisou.
Cerca de 25 mil pessoas transitaram pelos locais durante a pesquisa, que revelou em seus dados que nas passagens subterrâneas e nas estações do metrô os relatos são quase nulos em relação a ocorrências de violência, falta de limpeza, entre outros. Os maiores problemas apontados foram falta de acessibilidade, problemas de iluminação e possibilidade de importunação sexual.
Texto: Daniela Uejo