Há dois anos, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) lançou um programa de cuidados médicos domiciliares, o Núcleo Regional de Atenção Domiciliar, ou simplesmente NURAD. Hoje, esse serviço faz a diferença na vida de 32 pacientes e suas famílias, oferecendo cuidados que vão desde tratamentos médicos de média complexidade até reabilitação motora, tudo sem a necessidade de sair de casa.
Imagine ter um paciente acamado ou internado por anos e finalmente receber alta, sabendo que todos os cuidados necessários continuarão a ser proporcionados no conforto do lar. Isso se tornou uma realidade para muitos graças ao Núcleo Regional de Atenção Domiciliar, ou NURAD, lançado há dois anos pelo Hospital Regional de Santa Maria.
O NURAD é parte do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), uma abordagem que coloca o paciente no centro. Essa equipe multidisciplinar não se limita a tratar doenças; eles cuidam das pessoas, promovem a saúde e estão sempre lá para segurar a mão de quem precisa.
Eles atendem uma ampla variedade de necessidades médicas, focando em pacientes que exigem cuidados específicos, muitas vezes ultrapassando o que a Atenção Primária pode oferecer. É um apoio para pacientes em modalidades AD2 ou AD3. Mas o que isso significa? AD2 envolve cuidados agudos ou crônicos agudizados, cuidados paliativos, pacientes com condições crônico-degenerativas, prematuridade e bebês com baixo peso e necessidades de ganhos ponderais, enquanto AD3 vai ainda mais longe, incluindo necessidades multiprofissionais e procedimentos complexos.
A chefe do NURAD, Maiara Cosme, destaca a atenção individualizada dada aos pacientes: “Não temos um tempo de duração do atendimento, tudo depende da demanda que nos é trazida e do que observamos no dia. Estamos à disposição do paciente, de seus cuidadores e familiares para tirar dúvidas, prestar cuidados, repassar informações e escutar demandas e angústias.”
Detalhes que importam
A equipe criou o prontuário afetivo que fica colocado no quarto do paciente para que todos tenham acesso. O prontuário afetivo contém informações sobre como o paciente gosta de ser chamado, profissão, religião e até mesmo suas preferências alimentares e musicais, com o intuito de conhecer e acolher melhor os pacientes, utilizando um atendimento pessoal e humanizado. É esse cuidado com os detalhes que torna o NURAD verdadeiramente especial.
Lucineide Alves do Carmo Fonseca, filha de José Pedro Alves de 83 anos, compartilhou sua história conosco. Após o pai sofrer um AVC e passar por uma cirurgia, eles se viram enfrentando um dilema: como cuidar de um paciente acamado em casa? O NURAD entrou em cena, oferecendo orientações, desde alimentação via sonda até cuidados com higiene e tratamento de complicações como escaras. Lucineide, formada em pedagogia, viu nos desafios uma nova oportunidade. “ Eu não tenho filhos, então a minha maior dificuldade foi a troca de fraldas. Hoje, com todas as orientações e rotina de cuidados, já aprendi muito e penso até em fazer um curso de enfermagem”.
Para Natália Silva, mãe e cuidadora do pequeno Thomas Silva, o aspecto multiprofissional faz toda a diferença. “Estou muito satisfeita, pois eles suprem todas as necessidades do meu filho quando precisamos. Devido à paralisia cerebral do Thomas, preciso ter cuidados especiais com ele, e o NURAD está sempre lá para me auxiliar. Saber que posso contar com eles faz toda a diferença na qualidade de vida do meu filho e na nossa tranquilidade”.
A neta da paciente, Elza de Souza, de 87 anos, Karen Cristhyane Araújo, conta que a avó morava no estado de Goiás e lá não tinha muita assistência. Assim que veio para o DF a família procurou o sistema de atendimento domiciliar, e as visitas da equipe fizeram toda a diferença“ Ela é acamada e é muito difícil para a gente está levando no hospital. Eles fazem todo esse acompanhamento, os exames de sangue, fisioterapia, fono, eles fazem tudo aqui, só quando não tem como fazer em casa, eles mesmo marcam, a ambulância vem buscar, esse amparo faz toda a diferença”.
Como se inscrever:
Se você acredita que o NURAD pode fazer a diferença em sua vida ou na vida de alguém que você conhece, compartilhe esta informação. Para se inscrever, o paciente deve apresentar o perfil de média complexidade domiciliar e ser classificado na modalidade AD2 ou AD3. Essa classificação é feita através do preenchimento do Formulário de Avaliação para Atenção Domiciliar (FAAD), que pode ser realizado pela equipe médica durante a internação hospitalar ou pela Unidade Básica de Saúde (UBS)
Caso o paciente não seja encaminhado pela Rede de Atenção à Saúde (RAS), os cuidadores têm a opção de procurar o NURAD pessoalmente e preencher uma ficha de solicitação de avaliação.
“Eles fazem a visita semanalmente, sempre com muita dedicação, todos são muito educados e prestativos, sempre dispostos a ensinar algo que possa melhorar os cuidados. Meu desejo é que continuem com esse excelente projeto que humaniza e que possam auxiliar mais famílias como a minha”, compartilhou Lucineide, com os olhos cheios de gratidão.