“A saúde mental vem sendo cada vez mais vista e valorizada, o que é positivo. Ao mesmo tempo, precisamos nos fortalecer enquanto equipe, nos capacitar cada vez mais, pois a demanda tem aumentado, especialmente após a pandemia [de covid-19]”, avaliou a gerente do Caps Taguatinga, Kelly Cristina Silva.
Um dos destaques do encontro foi a presença da terapeuta ocupacional Juliana Araújo, cofundadora do primeiro Caps nacional, em Brasilândia (SP). Ela compartilhou os desafios enfrentados até a criação da unidade, em 2009, e as mudanças que ocorreram ao longo do tempo, como o atendimento em um território de 550 mil pessoas – número que, hoje, já passou de 1 milhão.
Equipes
Outra atividade desenvolvida no evento foi a apresentação de equipes dos Capsis da Asa Norte, Recanto das Emas, Sobradinho, Taguatinga e do Caps I de Brazlândia. Além disso, os participantes presenciaram uma mesa redonda voltada à elaboração de processos e propostas de trabalhos conjuntos. Posteriormente, será elaborado um formulário para promover o intercâmbio entre os profissionais.
“Acho importante aproximar os profissionais e ampliar a comunicação entre todos nós”Alexandre Barbosa, pediatra do Capsi do Recanto das Emas
Atendimento
“Vamos organizar uma planilha na qual os servidores possam conhecer e vivenciar a rotina dos Capsis de outras regionais durante um período determinado”, resumiu a supervisora institucional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília, Tânia Inessa Resende.
“Existem particularidades que cada regional adota”, observou o pediatra Alexandre Barbosa, do Recanto das Emas. “A troca oportuniza o entendimento daquilo que o outro está fazendo, a replicação do que deu certo e a correção do que pode ser melhorado. Acho importante aproximar os profissionais e ampliar a comunicação entre todos nós.”
O Capsi é parte integrante da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O atendimento tem como foco o cuidado de crianças e adolescentes entre 3 e 18 anos incompletos, que apresentem intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles associados ao uso de substâncias psicoativas.
Também são acolhidos pacientes infantojuvenis com outras condições clínicas que dificultam ou impedem a formação de laços sociais e a realização de projetos de vida. Os centros são espaços de referência e de cuidado criados para garantir o exercício da cidadania e a inclusão social de usuários, familiares e/ou responsáveis, trabalhar sua integração e promover maior autonomia e qualidade de vida.
Cada usuário possui atenção integral e contínua, com acesso a um projeto terapêutico de cuidados que envolve outras instituições da comunidade, como escola, conselho tutelar, Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e atenção básica de saúde.
É um serviço de caráter aberto, comunitário e com equipe multiprofissional e abordagem interdisciplinar. O acesso pode ocorrer de maneira espontânea ou por encaminhamento de outras unidades de saúde.
Com informações da Secretaria de Saúde do DF
Agência Brasília* | Edição: Chico neto