Dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal (PED-DF), divulgada nesta manhã desta terça-feira (26) pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontam que no mês de fevereiro o desemprego total da capital se manteve estável, com uma taxa de 15,9%.
“Identificamos em campo, entrevistando 2.500 domicílios do DF, uma situação bem usual para o início de ano: meses em que o mercado de trabalho apresenta poucas alterações. As decisões relativas à incorporação de novos ocupados costumam ser adiadas pelos empregadores. Já no setor público, esta época é destina às férias de servidores. Cientes desta situação, os trabalhadores saem em busca de ocupação de maneira moderada neste período”, explica Lucia Garcia, técnica e economista do Dieese.
A justificativa para a taxa foi o acréscimo da População Economicamente Ativa (PEA), em que mais 17 mil pessoas foram inseridas no mercado de trabalho, número superior ao de ocupados, que está em 14 mil postos de trabalho. O setor de serviços foi destaque com o crescimento do número de postos de trabalho. Por outro lado, a indústria de transformação apresentou a menor proporção, visto ter decrescido na área de comércio e reparação e não ter variado no setor de construção.
“Não houve elevação de desemprego, muito comum para a época. Teremos um ano bom para o mercado de trabalho”
Lucia Garcia, economista do Dieese
No comparativo anual (fevereiro de 2023 e 2024), a taxa da PEA reduziu de 16,8% para 15,9%, enquanto a taxa de participação cresceu de 62,2% para 64,7%. O contingente de desempregados ficou praticamente inalterado, como resultado do acréscimo do nível ocupacional (91 mil postos de trabalho a mais) um pouco maior que o aumento da População Economicamente Ativa (89 mil pessoas entraram do mercado de trabalho).
O movimento decorreu, setorialmente, do aumento no número de ocupados no setor de serviços (7,5%) e, em menor proporção, no comércio e reparação (4,5%) e na indústria de transformação (6,8%), enquanto não variou o contingente na construção. O segmento da administração pública, por sua vez, cresceu (7,1%).
“No caso concreto do DF, neste curto fevereiro, tivemos os dois movimentos, mas de forma equilibrada houve crescimento de força de trabalho e da ocupação, em magnitudes muito semelhantes. Isto é um sinal de dinamismo, o que não deixa de surpreender, pois não houve elevação de desemprego, muito comum para a época. Teremos um ano bom para o mercado de trabalho”, finalizou a economista.
Periferia Metropolitana de Brasília
A Periferia Metropolitana de Brasília (PMB) apresentou taxa de desemprego total de 15,4%, recuo de 0,4 pontos porcentuais em relação a janeiro (15,8%). Quando comparado com o mesmo período de 2023, a taxa diminuiu 5,6%, ao passar de 21% para a média atual (15,4%). A taxa de participação, que é a proporção de pessoas com 14 anos ou mais incorporadas ao mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas, foi de 65,8%.
Em fevereiro de 2024, 540 mil pessoas estavam ocupadas na PMB, volume igual ao observado no mês anterior, resultado, em parte, do acréscimo no nível de ocupação no setor de comércio e reparação (7,0%, ou 8mil), de um lado, e da retração no segmento de serviços (-4,0%, ou -13 mil), de outro, visto ter permanecido relativamente estável na construção (1,8%, ou 1 mil).
*Com informações do IPEDF
Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo