Produtores da agricultura familiar de Pontezinha, em Santo Antônio do Descoberto, fizeram, em 14 de fevereiro, em regime de mutirão, a poda de plantas e controle biológico de pragas e fungos no pomar de Ronan Pereira Braga, um dos 30 participantes do grupo inscrito no projeto Mãos Produtivas que a Corumbá Concessões está implementando naquela comunidade. Eles já começaram a plantar hortaliças e frutas pelo sistema da agroecologia, que irão comercializar institucionalmente para escolas de alguns municípios de Goiás e do Distrito Federal, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
O Mãos Produtivas – Comércio institucional de alimentos na agricultura familiar, tem foco na assistência técnica para a produção de alimentos agroecológicos e comercialização institucional, visando à geração de renda. Segundo Marinez de Castro, analista ambiental da Corumbá Concessões, todo o trabalho feito com os agricultores é muito minucioso: “A gente trata com eles desde a qualidade do solo e os cuidados no cultivo da planta, até orientações sobre poda e os processos de colheita e seleção dos alimentos. Nós estamos trabalhando com frutíferas, mas é a secretaria de Educação do município que irá determinar quais os alimentos irão entrar na merenda escolar. ”
Aumento da renda
“Nós já plantamos há muitos anos, mas muita coisa a gente fazia pensando que estava correto, mas não estava”, contou Ronan Braga, que é presidente da associação Comunidade Rural de Pontezinha (Corpo). Segundo ele, com a assistência técnica do projeto e apoio da Emater, os produtores aprenderam a produzir sem agrotóxicos. “O projeto trouxe muitos benefícios à comunidade, mas o maior impacto vai ser o aumento da renda das famílias”, disse.
“Sem ajuda a gente não ia conseguir vender de forma certa e para os lugares certos o que produzimos. Nós estamos muito satisfeitos com o projeto da Corumbá, que é muito importante porque trouxe companheirismo e conhecimento para a comunidade”, disse o senhor José Pedro de Souza, que já cultiva banana em sua propriedade e vai, em breve, plantar milho e hortaliças.
O primeiro mutirão da poda aconteceu em 14 de dezembro, na propriedade de Leônidas Botelho, que é filho de Pontezinha e mora próximo. Ele estava reclamando que os pés de laranja e limão do seu pomar estavam com fungo e não produziam mais. O técnico agrícola do projeto, Cássio Meireles foi até a propriedade para colher terra para análise e convidou alguns produtores da comunidade para ajudar o Sr. Leônidas na aplicação de calda bordaleza para o controle biológico de fungos e na poda das plantas. “O projeto foi uma bênção. Em poucos dias, as plantas já estavam brotando sadias”, comentou.
Na parte da tarde, os participantes se reuniram com a equipe coordenadora do projeto, quando foram tratados sobre os próximos passos para iniciarem a venda de produtos. A reunião contou com a presença de dois engenheiros do Instituto Desenvolver, José Rodolfo Bezerra e Adenilson Barcelos Miranda, que foram conhecer o projeto com a finalidade de buscar parceria e prestar assistência técnica, através da Agência Nacional da Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), à qual são vinculados. O técnico da Emater em Santo Antônio do Descoberto, Wangevaldo Reis Fernandes, estava presente e colaborou na poda do pomar.
Segundo o técnico agropecuário Luciano Andrade, coordenador do Mãos Produtivas em campo e presidente da Coopindaiá, de Luziânia – cooperativa que presta consultoria ao projeto -, o objetivo da reunião foi introduzir os produtores de Pontezinha na comercialização dos produtos. “Vamos fazer junto com eles o pós-colheita, que é embalar e encaixotar os produtos dentro dos padrões exigidos, de forma que os alimentos cheguem ao destino o mais fresco possível”, disse. Na ocasião, a equipe apresentou aos agricultores a lista dos itens a serem produzidos, que inclui tubérculos, verduras, frutas e legumes.
Andrade informou, ainda, que enquanto não sai o edital do PNAE de Santo Antônio do Descoberto para venda às escolas do município, será feita uma parceria do Mãos Produtivas com a Coopindaiá, para entregar alimentos dos produtores de Pontezinha em escolas de Luziânia, Valparaíso e DF, que já são atendidos pela cooperativa, a partir de março. “Com isso, em abril os agricultores do projeto já irão começar a colocar dinheiro no bolso”, finalizou.
Ana Guaranys