O Distrito Federal enfrenta a terceira maior seca de sua história, com mais de 145 dias sem chuva. A estiagem, somada às altas temperaturas e à baixa umidade do ar, agrava a saúde da população e intensifica as queimadas na capital. Além dos riscos ambientais, o período seco afeta diretamente o sistema imunológico e o bem-estar das pessoas.
Segundo a nutricionista Paula Uessugue, professora do curso de Nutrição do Centro Universitário UNICEPLAC, a saúde respiratória pode ser melhorada com o consumo de alimentos ricos em nutrientes como vitaminas A, B12, B6, C, D, E, zinco, selênio, cobre, ferro e folato, que agem nas células pulmonares inibindo danos oxidativos. “Esses nutrientes ajudam a reduzir a inflamação, proteger os pulmões e fortalecer o sistema imunológico, devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes”, explica Paula.
Esses nutrientes podem ser encontrados em frutas cítricas, como laranja e limão (ricas em vitamina C), oleaginosas, como nozes e amêndoas (fontes de vitamina E e selênio), peixes gordurosos, como salmão e sardinha (ricos em vitamina D e ômega-3), além de vegetais verde-escuros, como espinafre e couve, que fornecem ferro e cobre.
“Prefira frutas com alto teor de água, como melão, melancia, laranja e mexerica. Apostar em alimentos da safra, como banana, pera, maçã gala, tangerina-cravo e legumes como abóbora, abobrinha e chuchu, também facilita o acesso a opções mais baratas e nutritivas”, completa Paula.
Para manter a hidratação, além de beber água, a nutricionista sugere o consumo de sucos naturais, sem adoçantes, e água de coco.
Exercícios físicos durante a seca
A baixa umidade do ar também traz desafios para quem pratica exercícios físicos. De acordo com Gisele Kede Flor Ocampo, professora do curso de Educação Física do UNICEPLAC, a secura resseca as vias aéreas, provocando desconfortos durante as atividades. “Exercícios de alta intensidade nesse período podem causar dor de cabeça, tonturas, náuseas e câimbras. A recomendação é reduzir a intensidade, se hidratar constantemente e prestar atenção aos sinais do corpo”, alerta Gisele.
A professora orienta que, durante o treino, é importante ingerir pequenos goles de água a cada 5 ou 10 minutos, além de usar roupas leves e evitar a exposição ao sol nos horários de maior calor, entre 10h e 16h. “A hidratação constante é fundamental para prevenir câimbras e outros desconfortos, especialmente em treinos mais intensos ou em atletas. Um acompanhamento adequado pode evitar quadros de hipertermia”, conclui Gisele.
