Apenas 30% das gestantes que realizam atendimento na atenção básica de saúde do Distrito Federal praticam atividades físicas durante a gestação. É o que revela a pesquisa desenvolvida pelo Projeto de Iniciação Científica em Saúde da Mulher, do Centro Universitário UNICEPLAC, coordenada pelas professoras Mariana Salata e Thaís Gontijo, do curso de Fisioterapia da instituição, com a participação dos estudantes. O estudo conquistou o primeiro lugar no Congresso Internacional de Fisioterapia em Obstetrícia (COINFIO), realizado em agosto de 2024, no Rio de Janeiro.
Com o título “Mobilidade e nível de atividade física de gestantes que realizam segmento na atenção básica de saúde: um estudo transversal”, a pesquisa teve como objetivo analisar a mobilidade e o nível de atividade física de gestantes atendidas na atenção básica de saúde do DF. A coleta de dados foi realizada na Unidade Básica de Saúde (UBS) 03 do Gama, no período de agosto de 2023 a abril de 2024. Ao todo, 27 gestantes participaram do estudo.
“O resultado indica uma preocupação. Temos muitos estudos que comprovam os benefícios da atividade física durante a gestação, parto e pós-parto, tanto para as mães quanto para o feto. Há evidências de que essas atividades físicas previnem doenças comuns nesta fase, como a redução do risco de eclâmpsia, hipertensão, diabetes gestacional, dores e até doenças fetais”, explica a professora Mariana.
De acordo com a fisioterapeuta, entre as sugestões para melhorar essa realidade estão a divulgação dos benefícios e a ampliação de atividades que incentivem práticas seguras de exercícios físicos entre as gestantes. Para isso, é essencial contar com profissionais qualificados.
“Praticar exercícios nessa fase não é igual às demais. É necessária a orientação de profissionais capacitados para que as gestantes realizem atividades físicas de forma segura. Se os exercícios forem feitos de maneira inadequada, podem não surtir o efeito desejado e ainda prejudicar o feto”, acrescenta a professora.
Incentivo à produção científica
Além deste estudo, outras pesquisas estão sendo realizadas pelo curso de Fisioterapia do UNICEPLAC e premiadas em congressos nacionais. Entre elas:
· “Descrição das queixas e funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico em mulheres no climatério: um estudo retrospectivo”, primeiro lugar na Mostra de Extensão, Ensino e Pesquisa (MEPE), Brasília, 2023;
· “Treinamento da musculatura do assoalho pélvico na função sexual de puérperas: uma revisão sistemática com metanálise”, que conquistou o segundo lugar no III Congresso de Inovação, Ensino e Pesquisa IGES DF, em Brasília, 2023;
· “Disfunção do assoalho pélvico em puérperas na atenção primária: um estudo transversal”, terceiro lugar no III Congresso de Inovação, Ensino e Pesquisa IGES DF, realizado em Brasília, 2023;
· “A utilização da estimulação elétrica transcutânea para alívio da dor durante o trabalho de parto: uma revisão sistemática”, que conquistou o quarto lugar na 5ª Semana On-line do Assoalho Pélvico, em 2023.
Apresentação de pesquisas na Espanha
O reconhecimento do grupo de pesquisa do UNICEPLAC se destaca ainda com apresentações de trabalhos em congressos internacionais. Neste mês de outubro, o grupo se apresenta em Madri, na Espanha, durante o congresso International Continence Society (ICS) Annual Meeting, que acontecerá entre os dias 23 e 25 de outubro.
“O UNICEPLAC tem um papel essencial no incentivo à produção científica desde a graduação, o que é fundamental para a formação de profissionais qualificados e inovadores. Ao oferecer oportunidades de pesquisa aos alunos, a instituição fomenta o desenvolvimento do pensamento crítico, a capacidade de resolução de problemas e a aplicação da teoria à prática. Esse estímulo fortalece o protagonismo dos nossos estudantes em suas áreas de atuação e garante que o conhecimento gerado nos cursos possa trazer benefícios diretos à sociedade, consolidando o UNICEPLAC como um centro de excelência no ensino e na pesquisa”, completa a professora Mariana.