A professora Ana Maria Alves da Silva estará à frente da Coordenação da Regional de Ensino do Núcleo Bandeirante (CRE-NB) por mais uma temporada. Ela foi reconduzida ao cargo no início de fevereiro, após um criterioso processo de seleção. Ana Maria é concursada da Secretaria da Secretaria de Educação desde 1992. Logo no início de sua trajetória no governo, ministrou aulas para as séries iniciais na Escola Classe Sargento Lima, no Gama. Já atuou como coordenadora pedagógica, diretora e como chefe da Unidade de Educação Básica (UEB) do Núcleo Bandeirante. Em entrevista à Agência Brasília, Ana Maria falou da dificuldade da regional em abrigar, nas 35 escolas públicas locais, mais de 26,7 mil estudantes, e afirmou que vai trabalhar para melhorar os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em todas as escolas de sua região administrativa.
Como foi sua trajetória na Secretaria de Educação?
Ingressei no GDF em 1992, quando fiz concurso público para professora de anos iniciais. Foi lotada na Escola Classe Sargento Lima, do Gama. Em 1998, fui indicada para assumir a coordenação pedagógica no CEF 10 do Guará. Seis anos depois, voltei para a sala de aula. Fui para o CEF Telebrasília do Riacho Fundo. Depois, de 2012 a 2015, depois de ser eleita, assumi a direção da escola. Foram mais de dez anos lá, desde que a escola ainda era feita de lata. A gente morria de calor no CEF Telebrasília na época da seca. Depois de muita luta, conseguimos, em 2008, que a escola fosse demolida e transformada em alvenaria. Lá, no exercício dessa gestão, priorizei a formação continuada dos professores, discussões e rodas de conversa entre a comunidade escolar, oportunizando compartilhar experiências e saberes. Em 2015, assumi a chefia da Unidade de Educação Básica da regional. Priorizei a construção coletiva da proposta pedagógica das unidades escolares, realizando visitas in loco, com o objetivo de melhorar a praxis pedagógica. No ano passado, fui indicada para assumir a coordenação da CRE do Núcleo Bandeirante. De lá para cá, tenho priorizado a descentralização e a autonomia para a tomada de decisões, confiando na capacidade técnica da equipe e em sua eficiência, mas sempre buscando melhorar o desempenho das escolas no Ideb.
Ao retornar à coordenação regional, quais são suas expectativas?
Quero continuar usando minha experiência profissional para ajudar a melhorar a rede. Senti a necessidade de dar continuidade ao trabalho que eu já estava sendo desenvolvendo. Por isso me candidatei novamente. Nosso foco vai continuar sendo dar liberdade para os gestores, com o objetivo de melhorar nossos resultados e, claro, facilitar o processo de aprendizado de nossos alunos. Fizemos um diagnóstico da situação real das nossas escolas para propor projetos e programas de reforço pedagógico.
Quais as maiores dificuldades da regional?
Com os programas habitacionais do governo no Riacho Fundo I e II, a demanda por vagas no Núcleo Bandeirante aumentou bastante. Por isso, hoje precisamos ampliar o número de vagas ofertadas para essa demanda reprimida, principalmente em creches e nos ensinos fundamental e médio. Precisamos melhorar também a infraestrutura das escolas. Temos, por exemplo, uma unidade escolar na Candangolândia, que foi construída há 30 anos, com placas de amianto. Era para ser algo provisório, mas permanece nos dias atuais. Isso, precisamos mudar. Outra questão é a presença mais ostensiva do batalhão escolar, porque a presença dos policiais militares nas proximidades das escolas acaba trazendo mais segurança, inibe o tráfico de drogas nas imediações e outros crimes, como pequenos furtos, ameaças a professores, entre outros.
O que precisa ser feito para melhorar o desempenho dos alunos?
Estamos focados em dois pontos. O primeiro é garantir o acesso e a permanência dos estudantes – ou seja, melhorar a oferta de vagas e trabalhar para que não haja evasão escolar. E em segundo lugar, identificar as fragilidades e necessidades das unidades escolares, para que possamos estabelecer estratégias, projetos interventivos e ações que fortaleçam a organização do trabalho pedagógico.
“Nosso foco vai continuar sendo dar liberdade para os gestores, com o objetivo de melhorar nossos resultados e, claro, facilitar o processo de aprendizado de nossos alunos”
Como foi o desempenho das escolas da regional no Ideb?
Algumas unidades educacionais não conseguiram alcançar a meta projetada, mas vale ressaltar que, na modalidade dos anos iniciais, as escolas do Núcleo Bandeirante ficaram dentro do Ideb estabelecido. Para nós, essas avaliações não são um ranqueamento, mas um termômetro para trabalharmos a melhoria no processo de ensino-aprendizagem. Temos convicção que a nota do Ideb pode melhorar, porque existe uma grande lacuna entre os estudantes dos anos iniciais, que saem com a meta prevista, e os que não conseguem alcançar, dos anos finais.
Qual a principal meta da atual gestão da regional?
Temos 32 unidades escolares, três centros de línguas e cinco instituições parceiras, totalizando mais de 26 mil estudantes. Nossa meta é acompanhar o trabalho coletivo e colaborativo das unidades escolares, incentivando a participação na avaliação diagnóstica, simulados, entre outros procedimentos. Tenham certeza de que trabalharemos para alcançar e melhorar as metas projetadas pelo Ideb. Para isso, conto com um trabalho coletivo e cooperativo entre todos os servidores da nossa regional.