A Corumbá Concessões vai produzir mudas nativas do Cerrado para revegetar alguns pontos da Área de Preservação Permanente (APP) do reservatório da UHE Corumbá IV. Para isso, implantou um viveiro na Unidade de Compostagem de Aguapés (UCA), localizada na BR-060, em Santo Antônio do Descoberto, onde é feita a retirada de aguapés (macrófitas) do lago para transformação em adubo orgânico.
O viveiro, medindo 240 m² e com capacidade produtiva de 30 mil mudas, foi construído durante um curso de capacitação de produção de mudas para os viveiristas da UCA, realizado de 11 a 15 de março, que abordou os seguintes módulos: Coleta e beneficiamento de sementes, preparação de substrato, semeio, rustificação e irrigação. O curso foi ministrado por uma empresa do Distrito Federal especializada em recuperação de áreas degradadas e licenciamento ambiental, a Getaf (Gestão Ambiental e Florestal), que atua em 15 Estados brasileiros, com serviços de recuperação de vegetação em alta escala.
Há 12 anos, a Corumbá Concessões faz a retirada de plantas aquáticas do reservatório para evitar que elas se alastrem e cheguem até ao local da captação de água para a geração de energia. A partir de setembro de 2016, a extração passou a ser feita por um barco ceifador, Scarabeus, de tecnologia norte-americana, que otimizou o processo. “A presença dessas plantas flutuantes pode indicar que na água há nutrientes provenientes de lançamento de esgoto nos rios Descoberto e das Antas, daí a necessidade da sua retirada”, explica o analista ambiental da Corumbá Concessões, João Victor Guedes.
Pelo fato de as macrófitas serem muito ricas em nutrientes, como fósforo e nitrogênio, elas são transformadas em composto orgânico, que pode ser utilizado como corretivo de solo (adubo). “Com o viveiro e a produção de mudas, esse composto será utilizado no crescimento e fortalecimento das mudas que serão plantadas na APP do reservatório”, informa João Guedes. Além disso, as mudas produzidas serão também destinadas aos programas de educação ambiental da empresa.
Seleção de espécies
Segundo o técnico agrícola da Agetaf, Elvécio Dias, que ministrou o curso, as sementes foram coletadas em uma área de APP próxima à UCA. Nesses cinco dias, foram semeados 5.300 tubetes com espécies frutíferas e florais do Cerrado, apropriadas para plantio em APPs. Ele explicou que as mudas deverão ter um porte aproximado de 50 centímetros, quando irão, então, passar pelo período de rustificação, durante 30 dias. Nesse espaço, elas ficarão expostas diretamente ao sol para serem colocadas à prova, ou seja, serão preparadas para as condições adversas do local definitivo de plantio.
A previsão é que o plantio será realizado dentro de seis meses, no próximo período chuvoso, em alguns pontos antropizados da APP onde a vegetação nativa foi suprimida pela ação humana, segundo informação do engenheiro florestal e sócio da Getaf, Vítor Muller. Como é crescente o número de condomínios em construção próximo ao reservatório, bem como de turistas que frequentam a região, a escolha das espécies foi pensada, também como atrativo visual.
“Além de proporcionarem um belo visual, os ipês irão atrair as abelhas, já que as terras agricultáveis e de pastagem estão, cada vez mais, diminuindo o espaço da vegetação nativa para esses insetos e outros animais”, disse Muller. Também tiveram preferência as frutíferas (ingá, jatobá, pequi e mangaba, etc.) para alimentação humana e da fauna local.
“O curso foi muito bom. Aprendemos todo o processo, desde a quebra de sementes, preparação dos substratos, irrigação e rustificação até a fase de como acondicionar bem as mudas durante o transporte para que elas cheguem em boas condições ao local do plantio. Foi tudo muito bem explicado e acho que vamos fazer um bom trabalho”, disse Juarez Gomes de Souza, coordenador da equipe de viveiristas da UCA.
Ana Guaranys
Assessoria de Comunicação / Corumbá Concessões
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18/03/2019