A pesquisadora brasileira Marianna Birmoser Ferreira migrou para a Finlândia aos 18 anos de idade para fazer intercâmbio, mas acabou se interessando por análises de “Estudos Futuros”. No país europeu, ela trabalhou com políticas públicas sobre o direito que aquele país dá às crianças de pais estrangeiros de estudar a língua materna.
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Para a pesquisadora, o Brasil, hoje, é um dos países com mais empreendedores que menos inova. “Acredito que hoje, no Brasil, o lugar onde mais se inova não é nas grandes corporações ou empresas de TI, mas nas favelas das grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo. Os moradores das favelas e bairros pobres de todo o Brasil são pessoas altamente resilientes e criativas, e precisamos tirar o chapéu pra esse povo trabalhador e inovador”.
Marianna Birmoser acrescenta que é preciso discutir as certezas e incertezas sobre o futuro e que antes de entrar para o “Futures Studies”, achava que a inovação era simplesmente relacionada ao desenvolvimento em tecnologia da informação (TI), mas entendeu que a tecnologia vai além de software e sim sobre planejamento futuro com inúmeras formas de inovar.
“Nós vemos o passado sendo reescrito o tempo todo por historiadores, que são os cientistas que estudam o que já passou. O passado também é plural, e nossa compreensão sobre ele depende muito do olhar do historiador. Com o futuro é a mesma coisa. Há muitas visões e compreensões de como será o futuro, e há uma disparidade imensa de como imaginamos os nossos futuros preferíveis”.
A missão do Futures Journal é disseminar a produção intelectual em estudos futuros ( países ibero-americanos e outros ) e estratégias corporativas, democratizando o conhecimento e desvelando novas pesquisas acadêmicas e avanços teóricos e empíricos no campo de gestão de negócios e áreas afins.
A pesquisadora, hoje trabalha com conceitos básicos de Futures Literacy (alfabetização de futuros) e espera inspirar cada vez mais o público sobre desenvolver várias habilidades referentes à inovação tecnológica para que no futuro possa ser usada de maneira coerente e com respeito.
Por Yasmim Araújo
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira