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Produtores da agricultura familiar de Novo Gama recebem a primeira capacitação do projeto Mãos Produtivas

Pequenos produtores de Novo Gama receberam, em 25 de abril, a equipe do projeto Mãos Produtivas – Comércio institucional de alimentos na agricultura familiar, que a Corumbá Concessões está implementando naquele município, dentro do Programa Alternativa Produtiva. Esta é a primeira capacitação realizada com o grupo, na propriedade de um dos produtores, que conta com a consultoria da Coopindaiá, de Luziânia.

Durante o curso foi apresentado aos participantes o cronograma das atividades a serem realizadas ao longo de 12 meses. A capacitação abordou os seguintes temas: Associativismo; Agricultura Familiar; e Picos e Vales. O grupo vai se preparar para participar de editais para vender seus produtos institucionalmente em Novo Gama, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Na avaliação da analista ambiental da Corumbá Concessões, Marinez de Castro, o curso foi muito produtivo. “Nós observamos que os agricultores de Novo Gama são unidos e desejam muito concretizar a venda institucional. A associação já concorreu ao Pnae do município, anteriormente, porém, foi desclassificada por falta de documento. Daí a importância do Mãos Produtivas, que já está prestando assistência técnica aos associados”, disse.

A bióloga Danúbia Carrilho, da equipe do projeto, explicou sobre o associativismo, como uma ferramenta importante “para que a comunidade saia do anonimato e passe a ter expressão social, política, ambiental e econômica, o que exige atitudes participativas, solidárias e de cooperação entre os seus membros ”. Entre os benefícios que o grupo passa a ter, quando organizados numa associação, estão a aprovação das decisões, pela coletividade, e não pelos indivíduos, e a união dos associados, que passam a representar uma força transformadora na comunidade. “Para isso, eles também têm deveres, como participarem ativamente nas atividades da associação e contribuírem financeiramente para a manutenção da entidade”, explicou Danúbia.

A hora da comercialização institucional é um dos maiores entraves para os produtores da agricultura familiar. Um dos motivos, segundo o técnico agropecuário e presidente da Coopindaiá, Luciano Andrade, é a dependência de terceiros, que podem impor preços de compra dos alimentos desfavoráveis aos agricultores. “Felizmente, está havendo avanços nesta questão, como a conquista de incentivos à agricultura familiar nas políticas públicas, e os esforços na direção de uma comercialização justa e solidária”, disse.

Picos e vales

Outro tema tratado durante a capacitação, por Danúbia Carrilho, foi “Como usar seus picos e vales no trabalho e na vida pessoal”. Segundo ela, todas as pessoas têm seus momentos temporários de sucesso e prosperidade, mas também de queda e dificuldades, na vida pessoal e profissional. Ela mostrou aos participantes que tais ocasiões requerem reflexão e ação, e deu algumas dicas: “Devemos valorizar e administrar os bons momentos com sabedoria, humildade e gratidão, continuando a fazer as coisas cada vez melhor e pensando no outro. Além disso, devemos poupar recursos para os vales que estão por vir. ” 

Segundo a produtora leiteira da associação rural Jacuman e Jeruman, Bernadete Gonçalves, “o agricultor necessita de parcerias que o apoiem nas dificuldades, porque na hora que pensa que está encaminhado e tenta comercializar seu produto, ele não tem para quem vender, e sofre prejuízo”. A maioria dos produtores de leite de Novo Gama, exemplificou, está vendendo suas vacas por não ter como e para quem vender o leite. Outros, segundo ela, tiveram prejuízo com hortaliças, recentemente. “Foram mais de três mil pés de alface perdidos. Agora, com o apoio da Corumbá Concessões, que veio numa excelente hora, eu e todos ficamos muito felizes. A nossa expectativa é produzir sabendo que iremos escoar nossos produtos”, comemorou. 

Na opinião de Claudia Gouveia, produtora de fruticultura, “a capacitação foi fundamental para tirarmos dúvida em relação aos programas de comercialização institucional, ajustar o Mãos Produtivas à nossa realidade, e traçar metas”. Segundo ela, todos os produtores já têm Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP pessoa física), mas falta regularizar a DAP jurídica.

Os agricultores que aderiram ao projeto pertencem a três associações rurais locais e tiveram um começo difícil, há mais de cinco anos, quando buscavam melhores condições de plantio e venda. “Nós somos e estamos muito confiantes e sabemos aonde queremos chegar, mas no início foi traumático.  Hoje eu posso dizer que nós estamos mais maduros e compreendemos que as três associações só são fortes se estão juntas, e foi essa união que deu a nossa alavancagem”, contou Claudia.

Na avaliação de Luciano Andrade, os produtores de Novo Gama já têm produção e visualizam a comercialização. “Nós vamos encaminhá-los para o Pnae e acreditamos que, já em agosto, eles conseguirão fazer as primeiras entregas de alimentos. Eles estão muito animados e quando começarem a ver o resultado no bolso isso aqui vai virar uma potência”, calculou.

As próximas atividades programadas são a participação do grupo na feira Agro Brasília, em maio, e visita à sede da Coopindaiá, em junho. Participaram do curso 20 produtores e o professor Noé Rabelo, líder da comunidade Pirapetinga, de Luziânia, que participa, há vários anos, de diversos projetos realizados pela Corumbá Concessões. Ele falou sobre suas experiências como produtor e associado da Coopindaiá.

Ana Guaranys

Assessoria de Comunicação / Corumbá Concessões