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Casos de dengue devem diminuir com a chegada da seca

A chegada do período de seca deve favorecer a queda no número de casos de dengue no Distrito Federal. A expectativa tem base na comparação do quadro de casos da doença registrados em abril, dados que, de acordo com o último boletim epidemiológico, sinalizam um cenário de declínio para maio.

A perspectiva de situação favorável é construída a partir dos resultados positivos aferidos de ações adotadas pela Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), como o trabalho de combate ao mosquito e a conscientização da população, feitos em parceria com técnicos da secretaria, servidores do Corpo de Bombeiros, do SLU, do Exército, administrações regionais, Novacap, Adasa, secretarias de Educação, das Cidades e da Agricultura e Casa Civil.

Durante o período sazonal de manifestação da doença, foram inspecionados 389.264 imóveis em todas as regiões administrativas do DF. Já o fumacê foi aplicado em 453.250 imóveis, com instalação de 653 armadilhas no Gama, Recanto das Emas e Estrutural.

Arte: Rafael Ottoni/SES-DF

Novo sorotipo

Dados da SES-DF apontam que, nas últimas quatro semanas, de forma atípica, a circulação de um novo sorotipo do vírus causador da doença, o do tipo 2, elevou a incidência de casos com predominância desse vetor, o que não havia ainda sido registrado no DF.

“Aparentemente, a curva de ascendência chegou ao teto do platô, depois de cinco semanas em que a incidência está estacionada no número máximo”, explica o diretor de vigilância epidemiológica da SES-DF, Délmason Carvalho. “Acreditamos que na seca, com a redução da chuva, teremos ainda duas semanas de manifestação de mosquitos, mas já alcançamos o máximo de pessoas acometidas por dengue. ”

Agravante

Délmason Carvalho lembra que, em 2016, ano de epidemia, foram registrados 17.718 casos prováveis da doença e apenas sete de contágio pelo vírus do tipo 2. “Hoje, no entanto, o tipo 2 está predominando na transmissão, e quem já teve dengue, se tem contato com o tipo novo em circulação, tem uma possibilidade maior de desenvolver casos graves”, alerta.

Em 2019, no período mais crítico, já somam 17.304 casos prováveis da doença. A média de incidência acumulada foi de 557.97 casos por grupo de 100 mil habitantes no DF, quando o patamar normal, de baixa transmissão, fica abaixo dos 100 casos por 100 mil habitantes.

Chuvas

 “No quadro atual, além de termos o novo sorotipo circulando, tivemos uma condição climatológica atípica, com mais chuva e temperaturas mais elevadas, o que facilitou a proliferação do vetor transmissor da doença”, detalha o técnico Fabiano Martins, da Gerência de Vigilância das Doenças Transmissíveis da SES-DF. Ele atenta ao fato de que, no Centro-Oeste, normalmente a chuva termina em abril, mas, neste ano, se estendeu até maio, o que ele aponta como “um fato complicador”.

A orientação é que a população mantenha os cuidados preventivos. A SES-DF vai aguardar os próximos boletins para confirmar essa tendência de diminuição nos casos de dengue. “Estamos vivendo uma situação nova de dengue, e, se não tivéssemos feito nada, a situação seria muito pior”, reforça Délmason Carvalho.

No início de 2019, o governador Ibaneis Rocha declarou estado de emergência na saúde do Distrito Federal. “A resposta a essa situação emergencial está se dando desde janeiro”, destaca o diretor de vigilância epidemiológica da SES-DF.

Com informações da SES-DF