O site The Intercept publicou reportagens onde divulga mensagens trocadas entre do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, com o Procurador da República, Deltan Dallagnol. O site deixa claro que seu único papel na obtenção dos documentos foi o recebimento por meio de uma fonte que os contatou e informou da existência dos arquivos. Desde então, emergiu a discussão de quem seria essa fonte e como ela teria conseguido acessar os arquivos. A imprensa trata a fonte como um hacker. Mas afinal, o que é um hacker? E um cracker? Eles são criminosos?
O professor de tecnologia da informação Rogério Alves explica que, de maneira ampla, o hacker é alguém que tem muito conhecimento de informática, mas “não comete crime”, enquanto o cracker quebra o sistema de maneira criminosa. Ele ressalta que a invasão do sistema por si só já pode ser considerada um crime e, por isso, o hacker pode ser considerado criminoso da mesma forma. A diferença é que o cracker utiliza a invasão para obter dados e, por exemplo, extorquir as vítimas.
“Boas intenções”
Dentro do universo dos hackers existem subcategorias. O docente citou os white hats e os black hats, mas disse que existem outras várias. Os white hats são hackers com boas intenções. Eles verificam vulnerabilidade de sistemas e avisam as empresas para que as falhas sejam corrigidas. Já os black hats tem ações eticamente questionáveis e burlam sistemas com intenções maliciosas, sendo comparados com crackers.
No caso de Sérgio Moro, o professor levanta dúvidas sobre as habilidades do invasor. Pode ter sido uma pessoa sem tanto conhecimento de informática. Para o professor, na maioria dos casos, pode ter havido falta de prevenção. O melhor, para Rogério, é não ter nada a esconder. Ele afirma que as pessoas não foram educadas para esse mundo digital e que a melhor coisa a se fazer é se informar sobre o assunto. O docente recomenda não armazenar senhas em e-mail, não salvar fotos íntimas na nuvem, não enviar fotos de documentos por aplicativos, entre outras medidas simples para aumentar a segurança.
Para o diretor geral da Campus Party, Tonico Novaes, há uma criminalização da imagem do hacker. “Como em toda atividade, há profissionais bons e outros que não são”. Leia mais
Por Vinícius Heck
Supervisão: Luiz Claudio Ferreira