Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams) são um casal totalmente fanático por qualquer tipo de jogo e gostam de passar muitas de suas noites realizando maratonas de jogos com seus amigos mais próximos, menos seu vizinho estranho Gary. Numa noite, o irmão ‘’bem-sucedido’’ de Max os convida para uma noite de jogos em sua mansão e diz que desta vez terão que investigar o sequestro de um deles, concorrendo a um grande prêmio. O que Max não espera é que toda esta fantasia irá se tornar realidade, quando bandidos de verdade entram em sua casa e sequestram seu irmão, deixando um mistério para os seis amigos.
A direção é de John Francis Daley, que também escreveu “Quero matar meu chefe”(2011), onde foi criticado por usar de um humor ácido. Neste filme, isto se repete. Há uma combinação de momentos tensos e comédia. Em muitas cenas, podemos ver dois ou três personagens se atrapalhando, o que gera uma situação engraçada, e no próximo segundo, um clima de investigação é projetado, com músicas de suspense e close-ups nos personagens. A história, em si, tem uma narrativa bem agitada, mas o roteiro consegue ser mais do que isso.
As piadas feitas são, em parte, vindas de diálogos maliciosos, ou de conversas que fogem completamente do que é essencial em cena, mas que, ainda assim, tornam tudo muito mais engraçado. Algumas são dispensáveis por serem tão explicativas delas mesmas, o que anula seu humor. Como na cena em que Annie faz uma clara referência a ‘’Pulp Fiction’’, e logo depois Max aparece dizendo que o que Annie acabou de dizer foi uma referência à obra de Tarantino.
Basicamente, uma narrativa é movida pelos arcos dos personagens, e “Game night” tem três principais: Ryan e Sarah, Kevin e Michelle; e Max e Annie. O primeiro é ponderado, composto pela “mulher inteligente” e o “cara burrão”, que mais se atrapalham do que se ajudam. O segundo passa pelo fator mencionado antes: passam boa parte de suas cenas discutindo sobre outras coisas que não estão relacionadas com a investigação – como sobre quem Michelle saiu enquanto eles estavam separados – mas apesar disso, mostram ser o casal mais competente dos três. E, enfim, o terceiro casal, composto por Jason Bateman e Rachel McAdams. Eles têm bastante espírito de camaradagem, passam por poucas e boas, fazem referências aos seus filmes favoritos, mostrando serem fãs da sétima arte em todo momento, mas são muitas “crianças” em cena. No aspecto em que o humor do filme peca, há bastante Max e Annie em cena.
O filme tem um final já esperado, mas ao longo dele, algumas boas revelações são garantidas ao público. O longa tenta também mostrar como pessoas comuns podem reagir a situações totalmente inesperadas e perigosas, e toda a inexperiência e falta de atitude dos personagens norteiam este cenário através de um humor sagaz e ocasional. Recomendado para uma boa sessão de cinema de sexta à noite.
Por Felipe Tusco*
Sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira
- A convite da Espaço/Z Assessoria