O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta segunda-feira, 17 de fevereiro, da cerimônia de anúncio do Programa de Renovação da Frota Naval do Sistema Petrobras, em Angra dos Reis (RJ). Durante o evento, foi lançada a segunda licitação para o programa e assinados protocolos de intenções para o reaproveitamento de plataformas da Petrobras em fase de desmobilização.
“A nossa ideia de colocar as coisas nacionais, fabricadas pelas nossas empresas, nos nossos navios, na nossa plataforma, na nossa refinaria, é uma missão que a gente vai cumprir a cada dia. Porque nós precisamos ter consciência que um país só será soberano quando o povo tiver orgulho, não só do seu país, mas daquilo que faz, daquilo que ele acredita”, pontuou Lula.
Para o presidente, é preciso assumir a responsabilidade de defender com mais coragem aquilo que se acredita. “Não é o Brasil que é da Petrobras, é a Petrobras que é do Brasil. Vamos continuar construindo navio, construindo sonda, construindo plataforma, pesquisando, produzindo e refinando petróleo”, destacou.
MAIS GLP — A licitação pública internacional lançada pela Transpetro na manhã desta segunda-feira, 17, para a aquisição de oito navios gaseiros com capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil metros cúbicos, integra o Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras, que teve início em julho de 2024 e concluiu em janeiro a contratação de quatro navios da classe handy. Com a contratação, sobe de seis para 14 o número de navios da frota de gaseiros, ampliando a capacidade de transporte de 36 mil para até 108 mil metros cúbicos. “A indústria naval é soberania nacional, é tecnologia, é estratégica, é desenvolvimento, está na vanguarda da ciência e gera dezenas de milhares de empregos. A Petrobras é um orgulho do Brasil”, frisou o vice-presidente Geraldo Alckmin.
A contratação triplica a capacidade da Transpetro de transportar GLP e derivados e permite que a companhia carregue amônia. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o evento marca o fortalecimento da indústria nacional e estimula ainda mais a reindustrialização do país. “O crescimento vem da retomada de políticas para a cadeia dessa indústria que foi desmantelada no governo anterior. Significa retomar o crescimento da exploração de petróleo, gás natural e fertilizantes. Significa apostar no aumento do conteúdo local. Significa garantir soberania, garantir segurança energética e segurança alimentar”, disse.
Na visão do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a expectativa é que essas iniciativas impulsionem a geração de emprego de qualidade. “É o que nós estamos precisando. E a Petrobras tem um papel importante que é liderar o processo de renda no país. Nós estamos falando de um crescimento da renda, da massa salarial para sustentar o crescimento da economia com sustentabilidade. Seguramente a Petrobras e seus segmentos, seus fornecedores, podem e colaboram muito”, resumiu.
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LICITAÇÃO — Um dos lotes da licitação contempla cinco navios, sendo três embarcações de 7 mil metros cúbicos e duas de 14 mil metros cúbicos de capacidade. Esses gaseiros serão do tipo pressurizado, destinados ao transporte de GLP e derivados. Já o outro lote contempla a aquisição de três navios com capacidade de 10 mil metros cúbicos, do tipo semirefrigerado, que poderão carregar amônia.
As empresas interessadas têm 90 dias para apresentar as propostas. De acordo com o cronograma, o primeiro navio deve ser lançado em até 30 meses após a formalização do contrato. Os demais devem ser entregues sucessivamente a cada seis meses. Os futuros gaseiros serão até 20% mais eficientes em termos de consumo, propiciarão redução de 30% nas emissões de gases do efeito estufa e estarão aptos para atuar em portos eletrificados.
“Não tenham nenhuma dúvida, nós vamos liderar uma transição energética justa no país. Isso é um reaquecimento da indústria nacional brasileira. Nós estamos também assinando protocolos de intenção para reaproveitamento de plataformas Petrobras que estão em fase de desmobilização. Não queremos jogar navios fora, queremos aproveitar esses navios e queremos que eles sejam úteis. Queremos que eles sejam úteis, queremos que eles sejam reaproveitados e queremos que esse reaproveitamento aconteça nos estaleiros nacionais”, assegurou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
CRESCIMENTO — Para o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, a licitação evidencia o novo horizonte de crescimento da companhia, e o evento marca a retomada da indústria naval. “Hoje é um dia simbólico, porque o programa de renovação e ampliação da frota do sistema Petrobras evidencia que a promessa está sendo cumprida. Essa indústria gera muitos empregos e melhora a atividade econômica das regiões onde estão instalados os estaleiros, levando o desenvolvimento econômico e social para vários estados brasileiros de Norte a Sul”, detalhou.
POSTOS DE TRABALHO — De acordo com o coordenador-geral da Frente Única dos Petroleiros, David Bacelar, são mais de 44 mil postos de trabalho que serão gerados pela indústria naval a partir das encomendas da Petrobras. “Nós estamos falando dos estaleiros que estarão em pleno funcionamento, hoje já, com obras e encomendas para o Rio Grande do Sul, para o Espírito Santo, para Santa Catarina, mas chegaremos à Bahia, a Pernambuco, aqui ao Rio de Janeiro. Então, temos motivos de sobra para nós estarmos aqui comemorando a retomada da indústria naval, que será feita a partir da força de trabalho de cada trabalhador e trabalhadora aqui presente”, declarou.Categoria
Infraestrutura, Trânsito e Transportes