No mês de abril, a campanha “Abril Preto” ganha destaque ao promover a conscientização sobre a doença pilonidal, um problema de saúde que, embora comum, ainda é pouco discutido. Os coloproctologistas Danilo Munhóz e Aline Amaro compartilham suas perspectivas sobre o tema, destacando a importância de informar a população sobre essa condição e suas opções de tratamento.
“A doença pilonidal é uma condição muitas vezes subestimada, mas que pode causar grande desconforto e complicações se não tratada adequadamente”, explica o coloproctologista Danilo Munhóz. “Nosso objetivo é explicar do que se trata esse problema e encorajar os pacientes a procurar ajuda médica ao primeiro sinal de sintomas”, continua.
A doença pilonidal é caracterizada por um cisto ou abscesso que se forma geralmente na região do cóccix, na parte superior das nádegas. Esta condição acomete mais homens, principalmente os que estão com sobrepeso, peludos ou que tenham as duas condições, do que mulheres e tende a se manifestar na faixa etária dos 15 aos 30 anos. Embora a causa exata ainda seja objeto de debate, acredita-se que traumas repetitivos, uso de lâminas de depilar na região, hábito de ficar sentado por muito tempo, contribuam para o desenvolvimento dos cistos.
“Pacientes muitas vezes relatam dor significativa, inchaço e secreção de pus, o que pode impactar severamente a qualidade de vida”, comenta Danilo. “Apesar de a doença ser mais comum em homens, qualquer faixa populacional pode ser afetada, o que reforça a necessidade de atenção e tratamento”, complementa.
Tradicionalmente, o tratamento da doença pilonidal envolve procedimentos cirúrgicos para remover o cisto e drenar a área afetada. No entanto, avanços recentes introduziram uma técnica utilizando laser, que tem se mostrado mais eficaz e menos invasiva. Antes da cirurgia a laser, o tratamento do cisto pilonidal podia envolver a ressecção em cunha, ou seja, a ferida era aberta para remover pêlos, tecido morto e outros conteúdos e continuava assim até que a cicatrização ocorresse de forma natural.
“Em nossa prática cirúrgica, utilizamos o laser para tratar a doença pilonidal desde 2019, e consideramos essa técnica um marco significativo no tratamento. O procedimento é realizado com anestesia e utiliza um feixe de laser para remover o tecido afetado e descontaminar a área, o que proporciona uma recuperação mais rápida e com menos dor para os pacientes. Recentemente, voltei da Itália, o berço da tecnologia a laser, trazendo novos protocolos que visam diminuir ainda mais a dor e acelerar a recuperação das cirurgias realizadas com laser, principalmente nos casos de cisto pilonidal”, explica a coloproctologista Aline Amaro
A cirurgia a laser para o tratamento do cisto pilonidal oferece várias vantagens significativas em comparação com as técnicas tradicionais. Primeiramente, o procedimento a laser tende a resultar em um menor tempo de recuperação e possibilita um rápido retorno às atividades cotidianas, embora seja importante lembrar que cada paciente pode responder de maneira diferente ao tratamento. Além disso, este método é geralmente menos doloroso para os pacientes, uma vez que minimiza o dano aos tecidos circundantes, reduzindo assim o risco de infecção. A cicatrização ocorre de forma mais rápida e eficiente, o que aumenta o conforto pós-operatório. Outro benefício crucial da cirurgia a laser é a redução da taxa de recidiva, proporcionando aos pacientes uma solução mais duradoura e eficaz para o problema do cisto pilonidal. Vale reforçar que a taxa de sucesso depende da técnica utilizada, da experiência do cirurgião e do perfil do paciente.
Durante o mês de abril, a campanha Abril Preto incentiva todos que suspeitam de sintomas da doença pilonidal a buscarem avaliação médica e a considerarem todas as opções disponíveis, incluindo a cirurgia a laser. A conscientização e o diagnóstico precoce são fundamentais para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida daqueles afetados por essa condição.
