Eram 5h30 desta sexta-feira (26), quando os primeiros alunos do Centro Educacional nº 7 de Ceilândia começaram a chegar para uma atividade extraclasse. Uma turma de 30 estudantes foi selecionada e embarcou na primeira visita da gestão compartilhada ao Colégio Militar de Brasília (CMB). Iniciativa da Secretaria da Educação, o passeio tem como objetivo mostrar na prática a dinâmica do ensino militar.
“Esperamos despertar nos alunos referências, exemplos, para que se espelhem, principalmente, em relação à disciplina, uniformes e formação”, explicou o secretário-adjunto de Educação, Mauro Oliveira, que fez questão de participar da visita.
A meta, explica ele, é estender os passeios aos colégios militares Tiradentes, da Polícia Militar; e o Dom Pedro I, do Corpo de Bombeiro Militar do DF. “Ao longo do ano, queremos trazer grande parte dos mais de 6 mil alunos da gestão compartilhada para ter essa vivência; depois, os pais dos alunos também”, prevê.
Na visita, os alunos de Ceilândia acompanharam a cerimônia de premiação das Olimpíadas Canguru de Matemática do CMB. Depois, visitaram as instalações do colégio, conheceram o conjunto de uniformes diários e de gala dos estudantes do ensino militar, bem como a dinâmica das avaliações e as regras. Por fim, durante bate-papo com os organizadores do evento, esclareceram dúvidas gerais.
Entusiasmo
“Eu acho bonitas demais essas roupas. Estou ansiosa para usar o meu uniforme”, disse Keyla Dias, 15 anos, estudante do primeiro ano do ensino médio. Ela sonha em ser engenheira mecânica e está estudando muito para essa conquista. “Estou feliz em vir aqui e ver tudo isso. Sou apaixonada pela carreira militar. Um dia serei engenheira do Exército ou da Aeronáutica”.
A diretora do CEd 7, Adriana Rebelo, destacou que o passeio é algo inovador que precisa ser estimulado. “São bons exemplos. Eles vivem uma realidade bem diferente em outro tipo de escola pública, mas conhecer de perto o desempenho do Colégio Militar é motivador e gera uma esperança, cria uma expectativa de que as coisas vão melhorar para nossa escola também”, avaliou.
Planejando o futuro
Pedro Lima de Souza, 16 anos, se mostrou confiante nos benefícios futuros para o CEd 7. “As brigas diminuíram e as coisas estão mais organizadas”, observou. “Os professores estão conseguindo passar todo o conteúdo. A gente sente que as coisas estão mudando”. Na visita ao CMB, o jovem era um dos mais atentos às apresentações dos comandantes.
O estudante pretende fazer o Programa de Avaliação Seriada da Universidade de Brasília (PAS) no fim deste ano. Quer ser advogado, mas já se debruça elaborando estratégias para um plano B. “Faço um curso de enfermagem à tarde, porque, se acabar o ensino médio e eu não passar na UnB [Universidade de Brasília], posso pagar uma faculdade particular de direito”, conta.
Pedro avalia que o clima entre os estudantes é de empolgação. “É claro que no começo todo mundo estranhou. Foi difícil a relação com os militares, mas agora, aprendemos que o respeito tem mais valor. É só ir lá na escola, que você vai ver”, assegura.