Além dos serviços de acolhimento nos hospitais, nas unidades de pronto atendimento (UPAs) e unidades básicas de saúde (UBSs), os bebês e as crianças do Distrito Federal têm um suporte adicional nesta época de aumento dos casos de doenças respiratórias. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) conta com uma ambulância equipada para o atendimento dos pequenos, uma facilidade que permite o acolhimento rápido e específico de pacientes em estado grave.
A ambulância se diferencia por conta dos equipamentos que carrega, explica a pediatra Ludmila Santos. Respiradores, bombas infusoras, monitores e até os instrumentos para fazer uma intubação são próprios para as necessidades neonatais e pediátricas. Todos necessários frente ao aumento dos pedidos referentes às doenças respiratórias. “A maioria são bebês com menos de um ano. A bronquiolite tem sido mais agressiva nessa faixa etária”, revela.
“O atendimento direcionado é fundamental neste período de sazonalidade para garantir a qualidade da assistência às crianças”Thaís Braga, coordenadora da Rede de Urgências e Emergências do DF
A enfermeira Cristina Kimura, chefe da base do Samu no Riacho Fundo, onde fica a viatura número 109, adaptada para crianças e bebês, conta que, em um único dia, é comum rodar de 400 km a 500 km com até uma dezena de pacientes transportados. “Este ano está sendo extremamente desafiador”, declara. Ainda assim, apesar dos relatos de madrugadas intensas e de pacientes em estado gravíssimo, nenhum foi perdido a bordo em 2023.
Qualidade na assistência
Cristina destaca que, além dos equipamentos adequados, a equipe é composta por profissionais qualificados. A cada saída, vão dentro da ambulância um pediatra com formação em neonatologia ou em medicina intensiva e um enfermeiro especialista na área de emergência pediátrica.
“O atendimento direcionado é fundamental neste período de sazonalidade para garantir a qualidade da assistência às crianças”, enfatiza a coordenadora da Rede de Urgências e Emergências do DF, Thaís Braga, em referência à época do ano em que há aumento dos casos de síndromes respiratórias.
Para cada acionamento – feito por um aplicativo de celular a partir da Central de Regulação do DF -, são só três minutos para cruzar o portão da base no Riacho Fundo e se dirigir ao local da urgência. No caminho, a equipe recebe informações sobre o paciente. “As doenças respiratórias estão predominando, mas nós continuamos fazendo todo tipo de atendimento, inclusive de neonatologia”, acrescenta a enfermeira Luciana Bezerra. Quando necessário, uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal móvel pode ser instalada para fazer o transporte até um hospital de referência.
Cooperação no trânsito
Se conduzir uma ambulância em meio ao tráfego da capital federal já é desafiador, ter a bordo uma criança torna a tarefa ainda mais complexa. “Todo mundo sabe que a gente não pode chacoalhar um recém-nascido. Imagine precisar frear com força levando um bebê entubado”, lembra o condutor Luiz Henrique Guimarães.
Mais que evitar colisões, o trabalho dele envolve escolher rotas rapidamente e considerar as condições do paciente que leva. Até uma intubação pode ser perdida caso o veículo faça algum movimento abrupto.
O condutor destaca que a maioria dos motoristas colabora, abrindo espaço para a passagem da ambulância, mas outros praticamente ignoram a presença. “Tem quem fique no seu veículo ouvindo música, distraído e não percebe que estamos atrás dele com a sirene ligada”, conta Luiz.
*Com informações da Secretaria de Saúde (SES)
Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader