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Bloco de Carnaval no DF chama atenção para Alzheimer e sobrecarga de mulheres no cuidado de doentes

90% das pessoas que cuidam de familiares com doenças como demências e Alzheimer são mulheres. Por isso, elas são o foco do bloco carnavalesco Filhas da Mãe, em Brasília.


O bloquinho, idealizado pelo Coletivo Filhas da Mãe, pretende chamar a atenção para essas doenças, além de oferecer um espaço para que cuidadoras, familiares e amigos possam se divertir no carnaval.


Uma das coordenadoras do coletivo criado em 2019, a psicanalista Cosette Castro, destaca o trabalho pesado da mulher que cuida de quem tem algum tipo de demência.


“Eu falo mais em mulheres porque 92% das cuidadoras familiares são mulheres. E as cuidadoras profissionais também são mulheres. Essas mulheres não têm tempo para si, porque o Alzheimer, que é um tipo de demência, toma a vida das pessoas. O que acontece em geral: um familiar ou uma familiar se dedica a cuidar e acaba deixando de lado projetos pessoais de trabalho, de estudo. Porque é uma doença avassaladora”.


O coletivo é coordenado por mulheres cuidadoras de mães com demências e Alzheimer. O grupo também realiza palestras e oficinas de autocuidado para quem se disponibiliza tanto a cuidar do outro.


No carnaval, a ideia é levar alegria, mas também alertar as famílias sobre essas doenças, como explica Cosette Castro.


“O bloco é aberto para qualquer pessoa, pessoas saudáveis. Inclusive nós queremos que multiplique, porque nós queremos falar sobre Alzheimer. A cada 3 segundos uma pessoa é diagnosticada com algum tipo de demência, sendo Alzheimer uma dela. A ideia é divertir, ter momentos de alegria, mas também alertar as famílias para essa doença que cresce. Tem mais de 70 milhões de pessoas no mundo com essa doença”.


O Bloco Filhas da Mãe vai sair no dia 29 de fevereiro, no sábado após o carnaval, em cortejo pela Asa Norte, e conta com apoio do bloco Rivo Trio. O Bloco é aberto a pessoas que têm parentes com demências e Alzheimer, e a todos aqueles interessados em brincar em família e se solidarizar.

Maíra Heinen