Com base em área urbanizada e sua distribuição no território da cidade, Brasília tem a perspectiva de maior crescimento urbano para os próximos dez anos em todo o Brasil.
Segundo Sérgio Jatobá, gerente de Estudos Urbanos da Codeplan, o crescimento ocorre porque a capital federal amplia o espaço urbano em duas frentes.Os dados fazem parte do estudo Aglomerado Metropolitano de Brasília nos Indicadores do IBGE, divulgado na tarde desta quarta-feira (21) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).
“É a área metropolitana mais fragmentada do País, o que permite um adensamento. Ao mesmo tempo, há um aumento horizontal.”
Jatobá explicou que Brasília sempre se destacou pelo tamanho do espaço urbano por ser considerada como um município na comparação com outras capitais.
De acordo com o gerente da Codeplan, a área considerada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) engloba ainda algumas cidades do estado de Goiás, como Águas Lindas, Cidade Ocidental e Valparaíso.
As perspectivas demográficas calculadas pela companhia projetam crescimento populacional para 3,05 milhões de habitantes em 2020 e para 3,24 milhões em 2025, contra os 2,85 milhões de habitantes que havia em 2015.
O cálculo toma por base a taxa de crescimento atual (2,19% por ano). Mesmo com tendência de queda progressiva, ela ainda é superior às das demais grandes concentrações urbanas do Brasil.
No entanto, Jatobá lembrou que o crescimento urbano não é apenas positivo, já que o aumento desse tipo de área pode impactar o meio ambiente.
Além disso, a média de idade da população brasiliense está cada vez maior. “Os cidadãos têm envelhecido, e as funcionalidades desse espaço urbano precisam mudar para atendê-los”, disse Jatobá.
Como Brasília funciona economicamente no cenário nacional
Outro reflexo do crescimento urbano está na economia brasiliense. Em relação a isso, foi apresentado na sede da Codeplan o estudo Cinderela, Gata Borralheira ou só mais uma no Baile: Quem é o Distrito Federal nas Finanças Públicas?
A publicação ajuda a entender melhor a receita de Brasília, uma vez que o DFfunciona tanto como estado brasileiro quanto como município.
Para a gerente de Estudos Regional e Metropolitano da Codeplan, Larissa Nocko, “a intenção é caminhar para uma forma de comparar de maneira mais adequada os gastos com pessoal e endividamento do DF com outras unidades da Federação e entender melhor os privilégios e os problemas da condição da cidade.”
As informações apresentadas por Larissa também incluem menos gastos de pessoal por não haver câmara de vereadores no DF. Ao mesmo tempo, a cidade recebe menos tributos por ter mais isenções, como de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) das embaixadas.