Estudantes, colaboradores, professores e a reitoria da Universidade Católica de Brasília (UCB) receberam moção honrosa da Câmara Legislativa do Distrito Federal em sessão solene realizada na noite de ontem, 22. Ao todo, 104 membros da comunidade acadêmica foram homenageados. A iniciativa foi do deputado Robério Negreiros (PSD) em comemoração pela Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltiplas. As homenagens se deram pela contribuição da UCB ao tratamento de pessoas com deficiência na Clínica-Escola de Odontologia da universidade, que tem uma disciplina específica para o atendimento a pacientes especiais.
Desde que a disciplina “Clínica de Odontologia para Pacientes Especiais” (COPE) foi criada, em 2007, mais de 500 pacientes receberam acompanhamento gratuito. São tratadas pessoas com deficiência intelectual e múltipla, psicossocial, auditiva, visual e física. Também participam vítimas de doenças neurodegenerativas (Alzheimer e Mal de Parkinson) e câncer, além de pessoas com autismo, paralisia cerebral e diversas outras necessidades especiais.
O atendimento não se resume a uma consulta ou um tratamento pontual. Muitos pacientes são acompanhados por longo tempo. Luiz Eduardo Fonseca, de 16 anos, é cego total e passou por transplante renal. Ele segue tratamento na clínica desde os oito anos e cita três aspectos que fazem toda a diferença: a humanização da equipe, a segurança de estar nas mãos de professores experientes e a excelente estrutura física. “Me sinto muito tranquilo sendo tratado aqui na Católica e fico muito feliz de ter essa oportunidade”, comenta. Janaína Fonseca, mãe de Luiz Eduardo, destaca o “atendimento humanizado, feito com muita alegria e segurança. Ele ama estar com as pessoas da clínica. Para ele, é um momento lúdico”.
A clínica é um projeto pioneiro no Distrito Federal e já contribuiu para a formação de mais de 1500 estudantes. Na ocasião da sessão solene, a pró-reitora acadêmica da UCB, Adriana Pelizzari, destacou que o princípio norteador do trabalho na COPE “é a desmistificação e a possibilidade de inclusão social a partir de uma percepção educacional de humanização, empatia, interdisciplinaridade, alegria, atuação em equipe e efetiva participação da família”. O coordenador da clínica, professor Alexandre Miranda considera que “o que é feito e dedicado às pessoas com deficiência ultrapassa barreiras, não só educacionais, mas na formação do ser humano e na diferenciação desse profissional que hoje está no mercado”.
