Durante o Outubro Rosa, 150 mulheres terão acesso gratuito à colocação de dispositivo intrauterino (DIU) na rede pública de saúde. Já selecionadas, todas são pacientes que realizaram o cadastro prévio em uma unidade básica de saúde (UBS) ou na Casa da Mulher Brasileira. A ação conjunta entre as secretarias de Saúde (SES-DF) e a da Mulher (SMDF) faz parte de campanha focada na saúde feminina e na prevenção do câncer de mama e do colo de útero.
“A parceria veio para atender as necessidades dessas mulheres que estão procurando por saúde”Giselle Ferreira, secretária da Mulher
A parceria estratégica entre a SES-DF e a SMDF permite a implementação de políticas integradas que não apenas abordam as necessidades de saúde das mulheres, mas que também enfrentam questões de gênero. “Por meio desse trabalho conjunto, é possível realizar inúmeras ações. Nesta, em particular, com o apoio da Diretoria Regional de Atenção Primária à Saúde [Diraps] da Região de Saúde Oeste, conseguimos trazer profissionais de várias UBSs dessa região para a inserção do DIU”, afirma a gerente de serviços da UBS 1 da Ceilândia, Deisyelly Borba.
Para a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, a iniciativa representa um passo significativo de promoção da saúde feminina. “Neste mês de outubro intensificamos a colocação de DIU, às terças-feiras. A parceria veio para atender as necessidades dessas mulheres que estão procurando por saúde”, aponta.
Campanha
Nesta terça-feira (10), na Casa da Mulher Brasileira, em Ceilândia, as mulheres cadastradas na campanha se emocionaram com a oportunidade de receber o contraceptivo gratuitamente. Entre elas, Débora Vitória da Silva, 22 anos. “Essa iniciativa é um presente para nós, mulheres. Coloquei o DIU hoje e achei bem tranquilo. Além de nos proporcionar um método seguro, nos lembra da importância de cuidar de nossa saúde regularmente”, ressalta Débora.
Lívia Maria de Oliveira, 19, uma das beneficiadas, concorda: “Gostei muito dessa campanha porque, além de ajudar as pessoas a terem mais acesso, é uma forma de nos cuidarmos. Vou colocar pela primeira vez e estou bem ansiosa”.
A campanha do mês de outubro já está com todas as vagas preenchidas, mas quem tiver interesse em colocar o DIU deve buscar a UBS de referência, onde ocorre o acolhimento de profissionais treinados para esclarecer dúvidas e fornecer orientações sobre o procedimento.
Segundo Deisyelly Borba, apesar de o DIU ser um método contraceptivo disponibilizado de forma gratuita pela SES, muitas mulheres ainda não têm conhecimento da informação. “Ofertar essa possibilidade às mulheres faz parte do planejamento familiar. Elas se sentem mais seguras sobre a decisão de quando ter ou não ter filhos”, avalia.
O DIU é uma opção segura e eficaz de contracepção, com uma duração de até 12 anos, oferecido gratuitamente na Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS). A eficácia do método é ainda maior do que dos anticoncepcionais orais. Enquanto a pílula tem uma taxa de falha, na prática, de 8% no primeiro ano de uso habitual, o DIU de cobre possui uma de 0,8% no primeiro ano de uso. Destaque também para a inexistência de hormônios no dispositivo de cobre, que não inibe a menstruação. “O método é de longa duração e bastante efetivo. São muitos os benefícios na vida da mulher e das famílias, diminuindo os índices de abortamentos e com raras contraindicações”, ressalta a médica de família Fabiana Fonseca.
Ele é indicado a mulheres de qualquer idade que já tenham vida sexual ativa e não desejam engravidar. Por essa razão, não existe uma idade mínima para colocar o DIU. Entretanto, o método é contraindicado para gestantes e mulheres que possuem alguma doença sexualmente transmissível. Neste caso, a doença deve ser tratada antes de colocar o dispositivo.
Kamylla Rodrigues, 22 anos, decidiu abandonar a pílula devido aos efeitos colaterais. “Depois que tive a minha filha, há um ano, comecei a usar a pílula anticoncepcional, mas estava me fazendo muito mal e resolvi colocar o DIU. Ter um método contraceptivo de longa duração e que não agride a minha saúde me deixa mais tranquila”, declara.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Agência Brasília* | Edição: Carolina Lobo