Desde que o Cine Brasília reabriu as portas ao público, o icônico cinema de rua brasiliense tem trabalhado para ampliar a oferta de sessões acessíveis. As mostras, que são gratuitas, contam com recursos de acessibilidade projetados na tela, sala à meia luz e som mais baixo para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA).
A partir deste ano, o espaço amplia o número de sessões acessíveis para duas exibições mensais. O aumento na oferta surgiu após a renovação da parceria, por mais três anos, entre o Cine Brasília, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec) e a organização da sociedade civil (OSC) Box Cultural.
A próxima mostra acessível será no dia 13 de julho, com a exibição do clássico A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral, em sua versão remasterizada.
Atualmente, uma média de 50 pessoas comparecem às sessões acessíveis do espaço cultural, que acontecem no segundo e no último sábado de cada mês, sempre às 14h. Segundo a diretora do Cine Brasília, Sara Rocha, a ideia é que, nos próximos três anos, o local ofereça 73 mostras com recursos de acessibilidade.
“As sessões acessíveis acontecem às 14h por ser um horário que mapeamos como sendo preferencial; a exibição acaba no meio da tarde e é possível ter um deslocamento mais confortável. Essa sessão toda é aberta ao público e gratuita, acontece à meia luz para acomodar pessoas autistas, e com a banda de audiodescrição sincronizada no som principal da sala, legendas descritivas e janelas de Libras coladas na tela”, explica.
Além da sessão com recursos de acessibilidade, até a próxima quarta-feira (10), o espaço ainda exibirá três títulos com Libras, legendas e audiodescrição: Kung Fu Panda 4, La Chimera e A Flor do Buriti. Confira a programação completa, com datas e horário das sessões, no site do Cine Brasília.
A estudante Millena Costa, de 24 anos, é autista e celebra iniciativas como a do Cine Brasília. Ela explica que frequentar cinemas sempre foi uma dificuldade em razão da poluição sonora e visual.
“Quando a gente pensa em cultura e cinema, a gente pensa naquele brilho intenso, som estourando. Para muitas pessoas isso não é acessível culturalmente, porque, às vezes, não dá para tolerar ambientes assim”, detalha.
Por Mayara da Paz, da Agência Brasília | Edição: Ígor Silveira