Está em cartaz até o dia 17 de junho a peça “Contra o Amor”. O grupo Coletivo Teatro do Instante apresenta pela primeira vez no Brasil a peça, que faz parte da trilogia “Encontra”, junto com “Contra a Democracia” e “Contra o Progresso”. O roteiro foi escrito pelo Catalão Esteve Soler, premiada na Espanha – Prêmio Serra DOr, em 2012, com “Contra a Democracia”; e na França – Prêmio Godot, em 2013, com “Contra o Progresso”. A trilogia já foi traduzida para dezessete idiomas, entre eles o português.
A segunda peça da trilogia baseia o enredo em sete textos independentes que funcionam como historietas, diferentes entre si, tendo o amor como tema principal; transitando entre os diversos tipos de amor que podemos encontrar. Entre eles, o amor romântico, rotineiro, matrimonial, institucionalizado, passional, familiar, erótico, neurótico, sexista etc.
Os diretores Alice Stefânia e Diego Borges tiveram como proposta ambientar a peça em uma casa noturna. Para a diretora Alice Stefânia, essa escolha é uma forma de criar um ambiente comum, fácil de ser reconhecido pelo público. “É uma proposta nossa de uma dramaturgia espetacular, histérica pessoal. Então, como direção, eu e Diego Borges, pensamos em criar um ambiente em que unissem todas as histórias e que criasse uma atmosfera comum. Criamos uma espécie de casa noturna”.
“Contra o Amor” traz um olhar bem crítico em relação às várias instituições sobre as quais estão erguidas a sociedade e a civilização, trabalhando sempre, com muito humor, acidez e absurdos surreais que impulsionam a reflexão do público sobre tudo o que está sendo apresentado. A expectativa dos diretores não é destruir a ideia de amor ou criar uma visão niilista do sentimento, mas levantar questões sobre onde realmente está o amor que queremos e como reencontrar algo que seja mais fundamental e crucial nele, e que muitas vezes já foi absorvido pelo mundo em que vivemos.
Além das encenações, a peça intercala produções audiovisuais, criadas especialmente para o espetáculo, em parceira com o cineasta brasiliense Mauro Giuntini, e música. Para a diretora, a presença da música brega no espetáculo acaba funcionando como uma liga de uma cena para a outra e ajuda a dialogar com o universo amoroso: “A casa noturna, onde tem karaokê, ajuda a revisitarmos músicas do cancioneiro brega, dialogando um pouco, também, com esse amor construído, que é um pastiche de amor; que muitas vezes guarda pouca relação com o que é o amor efetivamente”.
O grupo já tinha encenado no Brasil a primeira peça da trilogia e agora é a vez da segunda. Sobre a possibilidade de concretizar a produção da terceira, a atriz Rita Castro, que faz parte do elenco, afirma que a expectativa é essa: “Não tem nada planejado ou organizado, mas é uma possibilidade e um desejo finalizar o trabalho com essa trilogia”.
Data: até 17 de junho de 2018
Local: Teatro Sílvio Barbato do SESC (SCS, Quadra 2)
Horário: 20h
Ingressos: R$ 20 (inteira)
Por Patrícia Martins
Supervisão de Katrine Boaventura