Com capacidade para atender 2,5 milhões de pessoas, o Sistema Produtor Corumbá está com 93% das obras executadas. Para terminar a parte de responsabilidade do Distrito Federal, faltam a instalação de válvulas, a conclusão da linha de transmissão de energia (alta tensão) e o período de testes.
Fruto de consórcio entre o DF e Goiás, o sistema tem 50% de participação da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) e 50% da Companhia Saneamento de Goiás (Saneago). Ao todo, o investimento soma R$ 540 milhões.
Nesta sexta-feira (7), o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, esteve na Estação Elevatória de Valparaíso para vistoriar o andamento dos trabalhos. Esse ponto está com 92% dos serviços executados.
“É uma obra linda, que vai garantir segurança hídrica para toda população do Distrito Federal por muitos anos. A expectativa é que até fevereiro a parte da Caesb esteja pronta”, comemorou Rollemberg.
Entre este mês e fevereiro de 2019, deverão chegar as válvulas. As principais delas — que garantem os testes pré-operacionais — serão as primeiras a serem entregues em dezembro.
A obra é dividida em diversas estruturas e engloba os seguintes municípios goianos:
- Abadiânia
- Alexânia
- Corumbá de Goiás
- Luziânia
- Novo Gama
- Santo Antônio do Descoberto
- Silvânia
O abastecimento separa-se em duas fases. Inicialmente, o projeto vai atender 1,3 milhão de pessoas com vazão de 2,8 mil litros por segundo. Mas ela poderá ser dobrada no futuro e chegar a 5,6 mil litros por segundo. Cada uma das unidades da Federação (DF e Goiás) ficará com metade do volume.
Maurício Luduvice, presidente Caesb, ressalta a diferença de quatro anos atrás. “O que nós temos hoje é um sistema muito mais flexível e robusto, que é fundamental e diferente do que tínhamos. A flexibilidade operacional nos permite usar água do Descoberto, Bananal, Paranoá, Santa Maria, Lago Paranoá e, futuramente, aqui do Corumbá”.
A outorga concedida pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) permite o teto de até 8 mil litros por segundo.
O ponto de captação do Reservatório de Corumbá 4 fica no município de Luziânia (GO). A área coberta pelo lago é de 173 quilômetros quadrados (km²). Nesse local, é recolhida a água bruta, e a execução cabe à Saneago.
A partir dessa etapa, a água passa por uma adutora, responsabilidade conjunta das duas companhias, e é levada até a Estação de Tratamento de Água em Valparaíso, construída pela Caesb.
Ainda em Valparaíso, encontra-se a Elevatória de Água Tratada. A partir desse ponto, até a distribuição para o sul do Distrito Federal, as obras são da Caesb e incluem uma adutora que liga o sistema até Santa Maria e outra até o Gama.
As regiões administrativas do DF a serem atendidas diretamente por Corumbá são:
- Gama
- Park Way
- Parte do Riacho Fundo II
- Santa Maria
Em seguida, com as obras de interligação, entrarão:
- Águas Claras
- Arniqueiras
- Núcleo Bandeirante
- Recanto das Emas
- Taguatinga Sul
Quando elas forem concluídas, os Sistemas Descoberto e Torto-Santa Maria se complementarão.
Quatro municípios goianos do Entorno fecham a lista:
- Cidade Ocidental
- Luziânia
- Novo Gama
- Valparaíso
A previsão do consórcio é de colocar o sistema de captação e distribuição de água em funcionamento no primeiro semestre de 2019.
As obras sob responsabilidade da Saneago, a parte estrutural da estação de captação de água no Reservatório Corumbá 4, a estação elevatória e os 12,7 quilômetros de adutora estão 95% executados.
De acordo com a empresa, faltam a conclusão da linha de transmissão e a subestação elétrica, além de equipamentos de grande porte. A estimativa é que sejam instalados em janeiro.
Os estudos para a construção do sistema começaram em janeiro de 2006 e levaram quase dois anos até a entrega do projeto básico do reservatório, em novembro de 2007. A obra foi lançada entre Caesb e Saneago em 2011.Desde então as intervenções sofreram duas paralisações. Na estação de tratamento de água em Valparaíso, os trabalhos foram interrompidos em 2014, após a empresa contratada pelo DF desistir da licitação, que precisou ser feita novamente. As atividades de responsabilidade da Caesb voltaram em 2015.
Um ano depois (2016), a Saneago suspendeu as atividades por suspeita de superfaturamento. Um acordo com os órgãos de transparência e empresas envolvidas foi firmado para que no ano seguinte os recursos do Ministério das Cidades voltassem a ser repassados para o estado goiano, que deu continuidade às obras.