O Distrito Federal recebeu uma boa notícia! Apesar de julho ser um mês típico de estiagem na capital federal, neste ano a condição sem seca – que já havia sido registrada em junho – permaneceu. O DF foi a única unidade da federação monitorada que não apresentou o registro no mês de julho.
A informação foi divulgada pela Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pela ferramenta Monitor de Secas, com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Mensalmente, 15 estados brasileiros e o DF são acompanhados pelo Monitor, que compara a evolução das secas a cada mês.
Apesar de a ferramenta estar em funcionamento desde 2014 para os estados da região Nordeste, somente no fim de 2018 outras regiões passaram a ser monitoradas. Atualmente, quatro das cinco regiões brasileiras são analisadas pelo Monitor, que auxilia na execução de políticas públicas de combate à seca.
De acordo com técnicos da ANA, o Monitor indica uma seca relativa: as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região ou a ausência do fenômeno.
A ANA estabelece que o Monitor de Secas é um processo de acompanhamento regular e sistemático da situação no país, com classificação do grau de severidade e impactos associados ao fenômeno em escala regional, além de sua evolução com o passar do tempo.
Os índices de seca têm relação direta com os níveis dos reservatórios do Distrito Federal: quanto mais amena é a estiagem, mais altos tendem a ficar os níveis dos reservatórios que abastecem a capital. Nesta terça-feira (25), o Descoberto estava com 92,7% de seu volume útil e Santa Maria com 97,4%. Os dois reservatórios são responsáveis pelo abastecimento de água para quase 80% da população do DF.
97,4%volume útil da barragem de Santa Maria
A gerente de Recursos Hídricos e Segurança de Barragem da Caesb, Eloneide Franca, esclarece que os reservatórios de acumulação de água estão com percentuais acima do esperado para o período, devido principalmente ao período chuvoso que se prolongou em 2020. “É importante salientar que, como o período chuvoso se prolongou, existe a possibilidade do período de estiagem também se prolongar, logo é necessário manter o uso consciente da água”, reforça a gerente.
Sem descuido
Mesmo com tantas notícias positivas, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) ressalta que a população não pode se descuidar e desperdiçar este bem. O volume de água usado por morador impacta diretamente no abastecimento à população.
A água tem sido fundamental no enfrentamento da pandemia, mas é preciso cautela para não haver desperdício. Hábitos simples fazem muita diferença na conservação desse recurso finito.
Para se ter ideia, um banho de vinte minutos, por exemplo, desperdiça, em média, 130 litros de água. Mais do que os 110 litros recomendados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para uso diário por pessoa para necessidades de consumo e higiene.
Uma torneira aberta continuamente durante três minutos tem um gasto de 18 litros de água. Ao escovar os dentes recomenda-se fechar a torneira e só abrir quando for enxaguar a boca. Na lavagem da louça, a atitude deve ser a mesma. Com a torneira aberta continuamente, o gasto médio é de 240 litros. Abrindo e fechando a torneira, o gasto cai para 70.
Ao limpar calçadas, a melhor opção é varrer a sujeira ao invés de utilizar mangueiras, reduzindo assim o uso inadequado de água potável. Outra opção de economia é utilizar a água da lavagem de roupas para fazer esse tipo de limpeza.
Uma torneira mal fechada desperdiça 46 litros por dia. Uma correndo em filete gasta 180 a 750 litros. Já uma ligada normalmente pode gastar até 12,5 mil litros de água por dia. Uma descarga comum gasta de sete a 10 litros de água. É necessário sempre observar se a válvula está regulada, se não há furos nos canos e as torneiras da casa estão bem fechadas.
Confira, aqui, as dicas que Caesb preparou, com ilustrações, para o uso racional de água
* Com informações da Caesb
AGÊNCIA BRASÍLIA * | EDIÇÃO: RENATO FERRAZ