Celebrado no dia 8 de abril, o Dia Mundial do Câncer é crucial para destacar a importância da conscientização e prevenção da doença, especialmente o câncer de pele, que é a neoplasia mais recorrente em todo o mundo, incluindo o Brasil, sendo que a incidência no país continua subindo.
No Brasil, em 2023, o câncer de pele representou 31,3% dos tumores malignos diagnosticados, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A estimativa é de que até 2025, cerca de 700 mil casos de câncer surjam por ano. Por isso, a detecção precoce e a prevenção primária são tão importantes como principais formas de diminuir a morbidade e mortalidade. Isso ocorre porque locais como cabeça, pescoço e costas são de difícil visualização pela própria pessoa.Segundo a dermatologista Paula Luz Stocco, o câncer de pele é desencadeado pela exposição inadequada à radiação ultravioleta, associada ou não a fatores hereditários. A enfermidade pode apresentar manifestações distintas e bastante específicas, dependendo da característica de cada caso.“O câncer de pele engloba o carcinoma basocelular (CBC), carcinoma espinocelular (CEC) e melanoma, sendo este último considerado o mais grave e menos comum. A exposição à radiação ultravioleta solar é o principal fator de risco, com estudos destacando a relação entre CBC e melanoma com exposição intensa e intermitente ao sol antes dos 20 anos, enquanto o CEC está ligado à exposição cumulativa ao longo da vida em áreas danificadas pela radiação UV. Outros fatores de risco incluem características genéticas, como cabelos ruivos e pele clara, além de hábitos como tabagismo, consumo excessivo de álcool e infecção por papilomavírus”, explica.Paula enfatiza que o diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento bem-sucedido do câncer de pele, assim como em outros tipos de câncer. Muitas vezes, as neoplasias cutâneas não apresentam sintomas no momento do diagnóstico, por isso é crucial estar atento. Geralmente, a lesão primária é notada pelo paciente ou por um familiar, e embora um especialista possa não ser o primeiro a avaliá-la, um olhar treinado pode distinguir com precisão lesões benignas das malignas. Portanto, é importante estar atento aos sinais e buscar avaliação médica prontamente.“Identificar precocemente essas lesões permite um tratamento mais eficaz e com melhores prognósticos, especialmente no caso de melanomas, e também resulta em cicatrizes menos extensas e melhores resultados estéticos. As pessoas ficarem atentas, pois o melanoma pode surgir tanto em áreas de pele aparentemente saudáveis quanto a partir de lesões pigmentadas. Sintomas como pintas escuras com bordas irregulares, coceira, descamação, aumento de tamanho ou mudança de cor devem ser avaliados por um dermatologista de confiança, que determinará as medidas necessárias para o diagnóstico e tratamento adequados”, conta a dermatologista.Apesar das atenções serem voltadas especialmente aos melanomas, os não-melanomas como carcinoma basocelular (CBC) e carcinoma espinocelular (CEC) também têm um profundo impacto na saúde das pessoas e merecem total atenção. A médica ressalta ainda que existem variações do câncer de pele, sendo que a principal forma de prevenção é evitar a exposição aos raios solares entre 10h e 16h. Algumas medidas são essenciais para todos os momentos, especialmente com relação à exposição excessiva ao sol, que é o principal fator de risco do problema, especialmente em países tropicais como o Brasil, onde a incidência é alta.A radiação ultravioleta (UVA, UVB e UVC) causa danos ao DNA e aumenta o risco de câncer de pele, com a destruição da camada de ozônio intensificando esse efeito. Pessoas de pele clara e que se expõem frequentemente ao sol têm maior suscetibilidade ao câncer de pele, tornando a detecção precoce e a proteção solar essenciais para prevenir a doença. Entretanto, a atenção deve ser redobrada para todos, como o uso do protetor solar com fator de proteção 30 (no mínimo) e ao se expor ao sol, usar bonés ou chapéus de aba larga e óculos escuros com proteção UV.