No dia 25 de junho é celebrado o Dia Mundial do Vitiligo, uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. A data foi criada em 2011 pelas Nações Unidas e visa aumentar a conscientização sobre o vitiligo, combater o preconceito e arrecadar fundos para pesquisa, apoio e educação.
De acordo com o Ministério da Saúde, as lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam o problema.
O dermatologista, especialista em pele há mais de trinta anos, Erasmo Tokarski, ressalta que o vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos à saúde física, no entanto, as lesões provocadas impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Por isso, além do profissional de pele, por vezes, o acompanhamento psicológico se faz necessário.
“A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada. Contudo, a maior preocupação são os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença. Por isso, em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, que pode ter efeitos bastante positivos nos resultados do tratamento”, explica.
O dermatologista explica que há dois tipos de vitiligo. O Unilateral: quando a doença se manifesta em apenas em uma parte do corpo. “Esse costuma aparecer quando o paciente ainda é jovem e pelos ou cabelos também podem perder a coloração”, diz. E o Bilateral que, segundo Tokarski, é o tipo mais comum. Nesses casos, a doença costuma se manifestar nos dois lados do corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés e dois joelhos.
“Em geral, as manchas surgem inicialmente em extremidades como mãos, pés, nariz e boca. Há ciclos de perda de cor e épocas em que a doença se desenvolve, e depois há períodos de estagnação. Isso ocorre ao longo de toda a vida e, com o tempo tendem a se tornar maiores”, detalha o profissional.
Tratamento e Prevenção
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), não existem formas de prevenção do vitiligo. Contudo, é sabido que em cerca de 30% dos casos há um histórico familiar da doença. A SBD alerta que pessoas que tenham indivíduos afetados pelo quadro devem realizar vigilância periódica da pele.
Já os pacientes diagnosticados com vitiligo, devem evitar os fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes como o uso de roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição ao sol. Controlar o estresse é outra medida bem-vinda.
O tratamento para a doença deve ser discutido com um dermatologista, conforme as características de cada paciente. Entre as opções disponíveis está o uso de medicamentos que induzem a repigmentação das regiões afetadas. Também é possível utilizar tecnologias como o laser, técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos.
Erasmo Tokarski relembra que o tratamento do vitiligo é individualizado, e os resultados podem variar consideravelmente entre um paciente e outro.
“É bastante importante que o acompanhamento seja feito por um profissional qualificado. Somente ele poderá indicar a melhor opção após avaliar o paciente. Também é preciso lembrar que a doença pode ter um excelente controle com a terapêutica adequada, assim permitindo uma excelente qualidade de vida”.