O Governo de Goiás e a Ambev anunciaram, nesta quarta-feira (27), a expansão do projeto da Cerveja de Mandioca, executado pela empresa em parceria com o Poder Público. Para 2021 a expectativa é de que produtores de todos os municípios goianos participem para que seja atingida a meta de 7 mil toneladas de mandioca adquiridas da agricultura familiar. O projeto teve início em 2020, na região Nordeste do Estado, a mais vulnerável do Estado, e agora abre espaço de oportunidade de comercialização aos agricultores familiares das demais regiões.
Também foi anunciada a disponibilização de R$ 855 mil para o desenvolvimento de pesquisas de melhoramento genético da mandioca e desenvolvimento de novas variedades. Os recursos foram captados da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) para investimentos na Unidade Experimental da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), localizada em Porangatu, na região Norte do Estado.
As novidades foram anunciadas durante uma transmissão on-line no Youtube em que foram apresentadas orientações para prefeitos e secretários municipais incentivarem a adesão ao projeto nos municípios. Participaram da live representantes da Seapa, Secretaria da Retomada, Emater, Federação Goiana dos Municípios (FGM), cervejaria Ambev e Prefeitura de Cavalcante.
Parceria exitosa
Ao abrir a live, o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, destacou a parceria exitosa desenvolvida pelo Governo de Goiás com a Ambev, que já traz resultados benéficos a esses agricultores familiares do Estado. “É um projeto que se iniciou nos municípios mais vulneráveis, pela determinação do nosso governador Ronaldo Caiado, e que trouxe oportunidades para o desenvolvimento dessas regiões, fortalecendo a agricultura familiar ao agregar a comercialização da mandioca a um produtor nobre, em uma relação robusta construída entre o Governo de Goiás e a Ambev”, avaliou. “E, agora, esse projeto que já nasceu grande se expande aos 246 municípios goianos que terão a oportunidade de trabalhar o desenvolvimento da agricultura familiar, dentro do fomento a essa cadeia da mandioca que é tão importante para o nosso Estado”.
Ele enfatizou, ainda, o esforço conjunto do Governo de Goiás, por meio das pastas da Seapa, Retomada, Emater e Gabinete de Políticas Sociais (GPS), para a realização do projeto, como o investimento em pesquisa científica agropecuária. “A Emater vem trabalhando na pesquisa com a mandioca, em Porangatu, e poderá, com esse recurso, desenvolver mais estudos que trabalhem no aumento da produtividade e da oferta desse produto, para que o projeto possa expandir”, acrescentou.
O presidente da Emater, Pedro Leonardo Rezende, ressaltou o papel da Agência como agente local facilitador, de maneira a assistir os produtores desde o contato até o apoio ao cultivo e comercialização. “A produção da mandioca aparece como uma das principais cadeias produtivas da agricultura familiar no nosso Estado, ao lado da produção leiteira. E esse projeto tem uma importância muito grande em dar oportunidade de comercialização e venda em escala a esses produtores”, pontuou.
De acordo com Pedro, como agente local facilitador, a Emater está presente em praticamente todos os municípios goianos, à disposição das prefeituras e dos produtores para auxiliar na orientação do cadastramento, no cultivo e acompanhamento técnico em todas as fases do processo produtivo. “Além disso, desde o ano passado estamos desenvolvendo o programa de melhoramento genético da mandioca para desenvolver variedades mais resistentes e adaptadas ao nosso clima e solo, que logo estarão disponíveis aos produtores”.
Representando a Secretaria da Retomada, a gerente de Mobilização para Emprego e Renda, Raissa Rodrigues, deu ênfase ao propósito dado à Secretaria de criar conexões entre os entes do setor produtivo de modo a gerar novas oportunidades. “Estamos à disposição para levar adiante esse trabalho conjunto, dando continuidade ao projeto que vem dando frutos tão bons”, disse.
Já o superintendente de Produção Rural Sustentável da Seapa, Donalvam Maia, colocou a estrutura da Secretaria à disposição para os prefeitos na construção de outros projetos. “A retomada da economia passa pela valorização da agricultura familiar e esse projeto da cerveja é uma das iniciativas voltadas a esses produtores. Estamos à disposição das prefeituras para desenvolver mais projetos e fortalecer ainda mais essa e outras cadeias.”
O prefeito de Cavalcante, Vilmar Souza Costa, conhecido com Vilmar Kalunga, salientou o impacto da divulgação do projeto da cerveja de mandioca no município, que foi um dos primeiros a ser contemplado com as aquisições. “Nosso município é considerado um dos mais carentes do Estado e temos uma demanda grande de gerar emprego e renda. Esse projeto foi muito importante para a agricultura familiar e é de iniciativas assim que precisamos. Agradeço muito ao governador Ronaldo Caiado, à primeira dama Gracinha por voltarem os olhos aos nossos produtores. É um projeto que não ficou só na promessa. É realidade e vai transformar ainda mais a vida da nossa população”, agradeceu.
O presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM), José de Sousa Cunha, avaliou que essa aproximação do Governo de Goiás com os municípios, com os olhos voltados à agricultura familiar, é muito positiva. “Quero parabenizar o governador Ronaldo Caiado pela iniciativa que promove o desenvolvimento das nossas cidades, com geração de emprego e renda nas comunidades. E a Emater é uma instituição que tem uma experiência e uma expertise para contribuir de forma segura para que nossos prefeitos possam aderir ao projeto em seus municípios”, declarou.
Aquisição
Representando a Ambev, o diretor de Relações Corporativas, Tiago Pereira, e o engenheiro agrônomo coordenador do projeto na cervejaria, Fábio Ferreira, apresentaram um balanço da produção da cerveja Esmera de Goiás, criada dentro do projeto cerveja de mandioca, sobretudo do ponto de vista do impacto social feito por meio da parceria com a gestão estadual. O projeto percorreu em 2020, desde o mês de agosto, quando foi criado, mais de 22 mil quilômetros, com o uso de 15 caminhões refrigerados e a comercialização de mais de 280 toneladas de mandioca. Segundo a Ambev, foram mais de 352 pessoas envolvidas em 11 municípios, nesta primeira etapa.
A cervejaria comprou a mandioca de produtores de Cavalcante, Flores de Goiás, Posse, Buritinópolis, Itaberaí, Niquelândia, Colinas do Sul, Mundo Novo, Uirapuru, Guarani de Goiás e Minaçu. Segundo os representantes da Ambev, foram comercializadas também produções dos assentamentos de Gameleira, Nova Grécia, Rio Bonito, Che, José Marti, Santa Marta, Angico; do quilombo em Vão das Almas; e de cooperativas em Minaçu e Uirapuru.
Eles ainda explicaram as condições para a comercialização que incluem: compra exclusiva de pequenos agricultores familiares que possuem a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e Inscrição Estadual ou cooperativas e associações; a proibição de trabalho escravo ou condições de trabalho desumanas e trabalho infantil; 60% da renda familiar deve vir da produção agrícola; não ter relação ou beneficiar indevidamente entidade ou funcionário público; preencher requisitos descritos no formulário on-line; e produtores precisam ter conta corrente.
Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas no site da Seapa (https://www.agricultura.go.gov.br/programas-e-projetos/cerveja-de-mandioca.html), da Retomada (https://retomada.go.gov.br/index.php/programas-e-projetos/cerveja-de-mandioca) e da Emater (https://www.emater.go.gov.br/wp/cerveja-de-mandioca/). As prefeituras, bem como os produtores interessados em participar do projeto, podem também procurar uma unidade local da Emater, que contará com todo o suporte para orientação dentro do projeto.
Fonte: Emater-GO