A Secretaria de Esporte e Lazer promove nesta quinta-feira (22), a partir das 19h, um debate na sua plataforma do Instagram sobre um tema muito pertinente, “Esporte no combate ao câncer de mama”, com a participação presencial da nutricionista Larissa Lima e da ex-atleta de vôlei de praia Fabíola Constâncio. A titular da pasta, Celina Leão, mediará o bate-papo, que integra a campanha Outubro Rosa – Novembro Azul, Juntos contra o Câncer de Mama e de Próstata, que propõe uma série de ações de conscientização durante esses dois meses.
As convidadas dividirão com o público suas trajetórias de vida e superação após o diagnóstico da doença. Também falarão sobre como a prática esportiva foi e continua fundamental em todo esse processo.
“Destaco sempre a melhoria da qualidade de vida, o bem-estar físico e emocional que um esporte coletivo pode implementar na vida dessas mulheres. Para mim, ser atleta me fez ter força e determinação para seguir em frente”Larissa Lima, nutricionista
Após a finalização dos tratamentos, elas também alimentaram a mesma vontade de chamar a atenção de outras mulheres para o assunto, abordando temas como a importância do autoexame, e criaram iniciativas distintas de informação e acolhimento. Larissa formou um time de mulheres mastectomizadas remadoras, enquanto Fabíola abriu um espaço virtual para falar sobre a questão.
“Eu criei o perfil porque consciente foi o que me tornei depois da doença. Quero falar o que eu posso para passar essa conscientização às pessoas”Fabíola Constâncio, ex-atleta
A secretária Celina Leão acredita ser de fundamental importância disseminar, para um público mais abrangente, informações sobre o câncer de mama, já que cerca de 30% dos casos podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis. “Precisamos falar sobre isso durante todo o ano, mas esse período específico se mostra muito eficaz, em todo o mundo, para chamar a atenção da população para sinais, detecção precoce e autoexame, entre outras coisas”, destaca.
Atenção
Detectado o câncer de mama em fases iniciais, há maior possibilidade de tratamentos menos agressivos e sucesso satisfatório. Foi o que aconteceu com Fabíola Constâncio, 36 anos, que descobriu o problema em abril do ano passado e, após 16 sessões de quimioterapia e duas cirurgias, ultrapassou com vitória a fase mais complicada do tratamento.
Se antes do diagnóstico Fabíola se destacava no vôlei de praia, com uma carreira esportiva consolidada, agora se dedica a projetos pessoais que focam na conscientização do câncer de mama. Em agosto ela criou o perfil no Instagram chamado Fabíola Consciente e, em breve, deve lançar uma linha de biquínis exclusivamente para mulheres mastectomizadas.
“Eu criei o perfil porque consciente foi o que me tornei depois da doença. Quero falar o que eu posso para passar essa conscientização às pessoas. Tiveram questões que me ajudaram muito, como atividades físicas, alimentação saudável, fé, espiritualidade e, por que não, moda. Quando estamos fazendo o tratamento, muitas vezes é bem difícil se olhar no espelho. Essa parte também é bem importante”, explica a ex-atleta, que criou sua “bolha” com amigos e familiares mais próximos que a apoiaram durante o tratamento, assim como selecionou as informações que consumiria nesse período.
Desde a infância a nutricionista Larissa Lima, 46 anos, construiu também uma trajetória esportiva forte, passando por handebol, esportes de aventura e ciclismo de montanha. Competiu 10 anos nessa área, disputando provas de mountain bike, canoagem e corrida, entre outras, até descobrir o câncer.
Com três cirurgias, nove sessões de quimioterapia e mastectomia, Larissa venceu a doença após um ano e seis meses de tratamento. Incentivada por um amigo, há quatro anos ela criou a Associação Canomama, primeiro time brasileiro de canoagem para sobreviventes do câncer de mama, com 26 mulheres.
“Todas as participantes fazem avaliação física, avaliação fisioterápica e apresentam relatório médico e atestado. Com essa avaliação elas são orientadas quanto às atividades complementares. A atividade da canoagem é realizada duas vezes por semana. Destaco sempre a melhoria da qualidade de vida, o bem-estar físico e emocional que um esporte coletivo pode implementar na vida dessas mulheres. Para mim, ser atleta me fez ter força e determinação e, assim, tive energia motivadora para seguir em frente”, ressalta Fabíola.
* Com informações da Secretaria de Esporte e Lazer
AGÊNCIA BRASÍLIA * | EDIÇÃO: FÁBIO GÓIS