Nessas eleições de 2018, marcada por ataques a imprensa e fake news, os candidatos à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), entraram com ações, durante este ano, para ocultar materiais da internet por se sentirem difamados por publicações.
O candidato Jair Bolsonaro, por exemplo, tornou-se o segundo político, na história brasileira, que mais recorreu à justiça para esconder conteúdos da imprensa, segundo dados da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), do projeto Ctrl + X. Neste ano, ele entrou com 24 processos para retirar posts críticos do Facebook, ações contra publicação de pesquisa do Datafolha e pedido de retirada das matérias da Folha de S. Paulo sobre o caso da servidora fantasma que vendia açaí no período de expediente.
Neste mesmo, o capitão reformado teria recorrido ao MP-RJ para retirar a edição 2602 da revista Veja, que denunciou casos de corrupção do candidato que teria ganhado popularidade ao levantar a bandeira anti-corrupção. Presente no processo de divórcio do candidato. Apenas dois dos 24 processos de Bolsonaro foram deferidos e os posts foram retirados
No mesmo período, o candidato Fernando Haddad teria recorrido ao Tribunal Superior Eleitoral três vezes por difamação, em 2018. As ações foram movidas contra Jornal da Cidade, Jornal Cruzeiro e IstoÉ. Em todas as ações o ex-ministro teria solicitado direito de de resposta. Apenas em um dos processos o pedido do candidato foi não deferido pela justiça sob alegação de que o veículo tem liberdade de expressão.
Por Larissa Calixto e Efraim Freitas
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira