Em virtude da pandemia do coronavírus, a CBF anunciou no dia 15 de março a suspensão de todos os campeonatos nacionais, incluindo o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino A1. A paralisação ocorreu no meio da quinta rodada, o que fez com que três jogos fossem adiados. O Minas Brasília, clube representante do DF no Brasileirão feminino, já teve todas suas atividades paralisadas devido ao coronavírus. O futuro incerto gera insegurança para a equipe.
Em relação aos salários das atletas, o clube comunicou que tudo permanece normal, e que estão conversando com os patrocinadores para manter o apoio. Mas, a paralisação não afeta somente a área financeira da vida do clube. O técnico Rodrigo Campos está há cerca de um mês no clube e comandou apenas um jogo antes da parada do campeonato.
Confira a entrevista com o técnico Rodrigo Campos:
Ele disse que, antes da paralisação, o clube já tomava cuidados com o vírus. “Cada atleta tinha sua própria garrafa e álcool em gel nos treinos”. Em relação aos seu planejamento Rodrigo disse que a paralisação não deve atrapalhar muito o clube. “As atividades estão suspensas. Não só na nossa equipe, mas em todas. Então, considero que não seja algo que vá prejudicar apenas um. O nosso planejamento a curto prazo está sendo desenvolver atividades para as atletas realizarem em casa”, disse.
Nem a CBF nem os clubes se pronunciaram sobre uma possibilidade da suspensão definitiva do campeonato, mas Rodrigo comentou que há uma preocupação no aspecto financeiro para manter o ano inteiro. “Se o planejamento financeiro foi feito a curto ou médio prazo, não sei se os clubes teriam dinheiro para manter todos as atletas. Considerando isso, talvez os clubes até pensem na possibilidade de suspender ou encerrar o campeonato”. A atleta do clube Barbara Chagas também comentou o assunto. “Já aconteceu do maior evento esportivo do planeta, que são as Olimpíadas de Tóquio, ser adiado para o ano de 2021. Creio que, se não houver o controle dessa pandemia, ficaria difícil o retorno do campeonato nacional”.
A jogadora Barbara Chagas falou sobre que a paralisação já a afeta como atleta. “O atleta quer sempre estar em atividade, mantendo sua performance, melhorando a cada dia. Nenhum atleta gosta de ficar treinando pela metade. Você ter que treinar sozinho não é a mesma coisa quando você está treinando com o grupo, e isso me afeta muito” disse.
Texto: Vitoria Von Bentzeen
Imagem: Minas Brasilia/Divulgação